Conheça os virais recentes que escandalizaram a web
Lives bizarras e sem conteúdo influenciam o público de forma negativa
Refletindo Sobre a Notícia por Ana Carolina Cury|Do R7 e Ana Carolina Cury
Uma plataforma com mais de 1 bilhão de usuários mensais impulsiona várias tendências no mundo digital, algumas boas, tantas outras nem tanto. Infelizmente, de tempos em tempos surgem desafios perigosos no TikTok e outros vídeos polêmicos. Recentemente, novos virais de "lives de NPC" e de pais quebrando ovos na cabeça de seus filhos pequenos chamaram atenção e repercutiram mundialmente.
NPC significa Non Playable Character ("Personagem não jogável", em tradução livre). É um termo normalmente usado para os personagens que interagem com os gamers durante um jogo. Os usuários do TikTok passaram a imitar esse conceito em transmissões ao vivo.
Então, vídeos de pessoas com vozes infantilizadas e fazendo movimentos repetitivos viralizaram na rede social.
Assim,lives de pessoas vestidas como personagens de videogame sem apresentar nenhum conteúdo ficaram famosas, e os espectadores começaram a doar dinheiro. Segundo o jornal americano The New York Times, há quem tenha arrecadado R$ 50 mil com esse tipo de vídeo. A canadense conhecida por PinkyDoll afirmou que já ganhou R$ 15 mil ao fazer uma live NPC.
Desafios desnecessários
Outra trend recente sem pé nem cabeça foi a de pais quebrando ovos na cabeça de seus filhos, de forma inusitada. A reação das crianças era a pior possível: ficavam assustadas, sem graça, choravam. Uma moda que gerou milhares de compartilhamentos e críticas.
"As crianças ficam meio confusas, desconcertadas. Ou elas ficam muito chateadas com isso e surtam. Quando eu vejo esses vídeos, eu penso: 'Nós estamos entediados como pais e desesperados por conteúdo?'", observou a escritora Sarah Adams ao jornal britânico Daily Mail.
Desespero por atenção
Movimentos como esses assustam pela falta de conteúdo e trazem muitos questionamentos, entre eles: será que as pessoas não sabem mais fazer parte do mundo real? Qual o objetivo de explorar crianças nas redes? Angariar curtidas e seguidores em prol de traumatizar o próprio filho? Para quê?
O vazio interior pode estar levando jovens e adultos a buscarem soluções nada inteligentes. Porém, esse caminho é assustador, uma vez que só direciona as pessoas para um abismo intelectual e emocional.
É preciso tomar cuidado com as ondas de vídeos que visam engajamento. O especialista em tecnologia Matthew Brennan, autor do livro Attention Factory (Fábrica de Atenção, em português), declarou que, após uma investigação minuciosa, concluiu que o TikTok foi criado para viciar os usuários. "O que o torna tão viciante é que ele aprende o que você gosta e o que não gosta. E faz isso rapidamente porque em um minuto você pode assistir a cinco ou seis vídeos. Não há uma equipe pequena por trás disso."
Sabendo que as redes sociais, de forma geral, visam deixar as pessoas conectadas o maior tempo possível, é preciso aprender a equilibrar o tempo e valorizar a vida real. É claro que muitas coisas precisam ser feitas online, mas não podemos deixar a internet roubar nossas vidas e inteligência.
Se tem alguém que ganha com o vício nesses aplicativos e com o desespero por atenção, definitivamente, não somos nós, e sim as empresas. Por isso, cuidar da realidade fora das redes tem uma importância infinitamente maior e deveria ser a prioridade no momento, tanto de pais quanto de filhos.
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