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Refletindo Sobre a Notícia
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Produtora da Record TV faz relato emocionante após cobertura sobre o terremoto

Mortos por conta do tremor que atingiu Síria e Turquia já passam de 42 mil, mas busca por sobreviventes continua

Refletindo Sobre a Notícia por Ana Carolina Cury|Do R7 e Ana Carolina Cury


Mais de 42 mil pessoas morreram no terremoto que atingiu o sul da Turquia e norte da Síria no dia 6 de fevereiro. Foi um dos mais letais dos últimos 20 anos. Com o frio na região e o passar do tempo, a esperança de encontrar pessoas com vida sob os escombros diminuem.

Mas, em meio ao caos e à tristeza, temos nos deparado com cenas emocionantes de bebês, crianças, adultos e animais sendo resgatados com vida. Episódios que foram vivenciados pela equipe de reportagem da Record TV: a produtora Tamara Schipper, a correspondente Denise Odorissi e o cinegrafista Ricardo Wolokita.

Após terremoto, número de mortes na Turquia e na Síria passa de 42 mil
Após terremoto, número de mortes na Turquia e na Síria passa de 42 mil

"Ficamos emocionados ao presenciar uma pessoa viva saindo dos escombros muito tempo depois do terremoto e ver o choro de alívio do filho. Já quando uma pessoa morta era retirada dos escombros, os socorristas faziam uma tapadeira com cobertores, em respeito aos familiares. O corpo também já saía embalado em um saco preto - uma imagem que certamente não sairá tão cedo do pensamento de quem perdeu pessoas amadas ali", comenta com exclusividade a este blog, a jornalista e produtora da Record TV em Israel, Tamara Schipper.

União incomparável

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Em meio à devastação provocada pelo terremoto, milhares de voluntários do mundo todo se uniram às equipes de emergência. "Pessoas contando as suas histórias. Outras fazendo comida. Voluntários organizando doações. Milhares de resgatistas do mundo inteiro dedicando suas vidas a salvar outras vidas. Noventa e nove países ofereceram ajuda só para Turquia. Israel, por exemplo, mandou uma primeira missão de 150 integrantes entre médicos, primeiros socorros, pessoal da unidade de tecnologia do exército, cachorros, suprimentos e resgatistas. A Síria, que passa por um situação política complicada, com uma guerra civil que já dura mais de uma década e tem grupos rebeldes dominando a região da fronteira, também recebeu suprimentos humanitários. Sensação de que é possível. Que, sim, há muitos heróis nessa História", acrescenta Tamara.

Ela destaca como se dão os tipos de técnicas dos salvamentos. "Em uma delas os socorristas cavam um mini túnel para chegar mais perto da vítima e dar os primeiros socorros, como água, oxigênio e glicose. Esta é uma expertise dos resgatistas israelenses, e cada país é craque em uma técnica diferente. Eram turcos, brasileiros, mexicanos com seus cães farejadores e 27 países da União Europeia. As equipes também usam microfones na ponta de um cabo - um equipamento que, em televisão, chamamos de 'boom' - que são colocados dentro dos escombros, na tentativa de ouvir um sobrevivente que possa estar ali. Para saber a possível localização das vítimas, usa-se até o rastreamento do sinal dos celulares".

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Equipe da Record TV durante cobertura especial
Equipe da Record TV durante cobertura especial

Silêncio! Um punho cerrado no alto da cabeça significa que ouviu-se um ruído. "As pessoas param. Carros e máquinas desligam o motor. Quase nem respiramos. O ar, até então pesado, se limpa em esperança. E aqueles segundos, às vezes minutos, em silêncio, causam arrepios no corpo e lágrimas nos olhos. Uma montanha-russa de emoções".

Sonhos interrompidos

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As imagens impressionam! Destroços, prédios abandonados, comércio fechado. A única movimentação nos locais atingidos vem dos guindastes e dos voluntários que buscam sobreviventes e ajudam os familiares que esperam notícias. "Muito escombro, poeira, um cheiro forte principalmente de fogueira, feita com diferentes tipos de materiais (até pneus). As temperaturas estavam baixas e essas pessoas precisam do fogo para se aquecer. Afinal, os sobreviventes não sabem para onde vão depois do acampamento temporário. E nem como será vida deles a partir daquele momento", detalha Tamara.

Os dias vão passar e as coberturas tendem a diminuir. Normalmente as pessoas se esquecem fácil do que não aconteceu com elas. Mas, os mais de 40 mil mortos e todos aqueles que sobreviveram não podem ser esquecidos. Eles tinham sonhos, planos, famílias, assim como nós.

Mortes passam de 40 mil
Mortes passam de 40 mil

"Eu me senti numa história bíblica. Pelas proporções. Pelo cenário surreal e, ao mesmo tempo, palpável. Pelos personagens e a luta pelo recomeço que inicia agora. Pelos mortos. E pela localização, porque a Turquia é parte do que restou de um dos impérios mais longevos da humanidade. E palco de muitas passagens bíblicas. Voei de volta para casa triste, mas com um galho de esperança no meu coração depois de TODO esse desastre. Assim como a pomba, que leva o galho de oliveira em Gênesis 8:11: 'E a pomba voltou a ele à tarde: e eis arrancada uma folha de oliveira no seu bico; e conheceu Noé que as águas tinham minguado sobre a terra'", conclui Tamara Schipper.

Com certeza, jamais passou pela cabeça das pessoas que vivenciaram o terremoto que um desastre como esse aconteceria. Da mesma forma, pode acontecer com qualquer um de nós, de uma hora para outra. O ser humano acredita que pode controlar o seu redor, mas sabemos que isso não passa de mera ilusão.

Diante disso, vale a autoreflexão: a quem temos dedicado nossos dias? O que temos feito para ajudar os que estão sofrendo? Como temos vivido? Do que temos reclamado, mesmo?

O grande erro é achar que nada vai passar, que essa vida não tem fim e escolher viver de forma egoísta, pelo próprio coração.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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