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Refletindo Sobre a Notícia

Terror psicológico: histórias de violência patrimonial que chocaram o público

Naiara Azevedo, Larissa Manoela e Ana Hickmann estão na lista das celebridades que não controlavam a própria renda

Refletindo Sobre a Notícia por Ana Carolina Cury|Do R7 e Ana Carolina Cury

A cantora e compositora Naiara Azevedo revelou recentemente que, no início de sua carreira, recebia apenas R$ 1.000 do agora ex-marido, Raphael Cabral, seu empresário. Entretanto, ela faturava cerca de R$ 7 milhões por mês.

No fim de novembro, a artista procurou uma delegacia em Goiânia para denunciá-lo por violência doméstica. A equipe jurídica afirmou que, entre os crimes que ela vem sofrendo por parte do ex-companheiro, está a violência patrimonial. Raphael Cabral nega as acusações.

Naiara Azevedo acusa ex-marido de violência doméstica e patrimonial
Naiara Azevedo acusa ex-marido de violência doméstica e patrimonial

Naiara Azevedo é mais uma na lista de celebridades que têm feito denúncias relacionadas à vida financeira. A modelo e apresentadora Ana Hickmann também revelou que, além da violência doméstica, vivenciou um endividamento compulsório do qual não tinha conhecimento.

Em agosto deste ano, Larissa Manoela declarou que os pais, Silvana e Gilberto, que até então administravam a carreira da atriz desde a infância, impediam que ela tivesse controle da própria renda. A paranaense de 22 anos teria renunciado a uma fortuna avaliada em R$ 18 milhões.


Atitude nociva e comum

As experiências de Naiara, Ana e Larissa ilustram a gravidade deste problema. O termo "violência patrimonial" é um crime previsto desde 2006 pela Lei Maria da Penha. As três mulheres, conhecidas por um grande público no Brasil, procuraram autoridades policiais neste ano para relatar casos que se assemelham entre si e são muito comuns no dia a dia.


Ana Hickmann afirmou com exclusividade ao Domingo Espetacular que não sabia de dívidas adquiridas em seu nome
Ana Hickmann afirmou com exclusividade ao Domingo Espetacular que não sabia de dívidas adquiridas em seu nome

No Brasil, casos de violência patrimonial e financeira acontecem com frequência.

"A violência patrimonial, embora menos conhecida, é uma realidade perturbadora. Este tipo de violência ocorre quando uma pessoa é impedida de acessar ou usar seus próprios recursos financeiros ou propriedades. É uma forma insidiosa de abuso que pode deixar cicatrizes profundas, tanto financeiras quanto emocionais", explica Leonardo Marcondes, advogado de direito da família.


O especialista detalha que, muitas vezes, a violência patrimonial está ligada a abusos emocionais e psicológicos, nos quais o agressor utiliza as finanças como uma ferramenta para exercer poder e controle. "É essencial que as pessoas estejam cientes dos sinais de alerta. Isso pode incluir situações em que um parceiro ou familiar visa controlar excessivamente as finanças, nega acesso a contas bancárias ou impede a participação em decisões financeiras. Em ambientes familiares, os sinais podem ser mais sutis, como a manipulação de heranças ou a administração injusta de ativos familiares", acrescenta.

Desgaste emocional

A violência patrimonial não é apenas uma questão legal; é uma questão de direitos humanos. A psicóloga Cláudia Melo reforça que ela pode ter um impacto significativo no bem-estar emocional das vítimas. "Além do dano material, a perda de controle sobre seus próprios bens e recursos pode gerar sentimentos de impotência, medo, ansiedade e baixa autoestima", explica.

Larissa Manoela revelou também ter sido vítima de violência patrimonial
Larissa Manoela revelou também ter sido vítima de violência patrimonial

Infelizmente, há pessoas que são vítimas de violência patrimonial e nem percebem. "Isso pode acontecer quando a violência é sutil e gradual, tornando-se parte do padrão de relacionamento. A vítima pode enfrentar dificuldades para reconhecer os comportamentos abusivos, especialmente se estiver sendo manipulada", completa.

Esse tipo de abuso emocional pode ocorrer em diferentes tipos de relacionamento, incluindo entre pais e filhos, casais, amigos etc. Por isso, é importante estar atento a sinais de controle excessivo, manipulação ou apropriação indevida de recursos por parte de parentes.

Para as vítimas, é essencial procurar uma rede de apoio. Nesses casos, os especialistas recomendam buscar orientação jurídica ou financeira para proteção e segurança. A superação é possível, mas exige coragem, um passo vital para recuperar a autonomia e a dignidade.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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