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Final do Paulistão em Campinas mostra descaso do Palmeiras com o futebol feminino

A confirmação da decisão contra o Corinthians fora do Allianz Parque frustrou não só a torcida, como as jogadoras

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Palmeiras jogará contra o Corinthians em Campinas Rodrigo Gazzanel / Agência Corinthians

A final do Paulistão Feminino 2024 entre Corinthians e Palmeiras começa a ser decidida amanhã. O primeiro jogo acontece na Neo Química Arena, às 15h30, com mando das Brabas. Donas da melhor campanha do estadual, as Palestrinas têm a vantagem de poder decidir o título em casa, na partida marcada para o dia 20, também às 15h30. Desde que foram definidas as finalistas, existia a expectativa que o Palmeiras mandasse o jogo no Allianz Parque, algo, porém, que não vai acontecer.

Nesta quarta-feira (14), o clube anunciou que o jogo será realizado no Estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas. A justificativa se dá por motivos de segurança, devido à partida válida pelo Brasileirão masculino entre Corinthians e Cruzeiro, que acontecerá no mesmo dia, às 11h.

A confirmação da decisão fora do Allianz frustrou não só a torcida, como as jogadoras — a zagueira e capitã Poliana lamentou ter de jogar em Campinas, durante a coletiva de imprensa realizada na sede da FPF (Federação Paulista de Futebol) mais cedo. Um dérbi inédito em uma final de Paulistão merecia um grande palco à altura. Esta, inclusive, poderia ser a chance de o Palmeiras bater recorde de público do futebol feminino no estádio. Em 2022, na final contra o Santos, quando as Palestrinas foram campeãs, mais de 20 mil torcedores marcaram presença nas arquibancadas.

Diante deste cenário, as perguntas que surgem são: por que o Palmeiras não encontrou alternativas para jogar em casa e manter a vantagem diante de um rival tão forte? Como incentivar a torcida a apoiar um time que não joga no próprio estádio? Jogar em um estádio que sequer as atletas conhecem? Se o mesmo acontecesse com o elenco masculino, a diretoria abriria mão tão fácil de não ter o Allianz Parque em uma final?


A questão da segurança é totalmente compreensível e válida. Longe de mim querer ditar regras, mas dá para imaginar diversas alternativas que poderiam driblar esse problema, como alterar o horário do jogo, por exemplo, ou até transferir a partida válida pelo Brasileirão para outro dia. Uma final sempre tem um peso maior — vide o jogo adiado da 33ª rodada do campeonato nacional entre Flamengo e Galo, e que aconteceu somente na quarta-feira, devido à decisão da Copa do Brasil.

O Palmeiras é o único grande clube do futebol brasileiro presidido por uma mulher, Leila Pereira, que promove a discussão, e participa de ações pela causa feminista — como, por exemplo, a coletiva de imprensa realizada apenas para jornalistas mulheres, e a recente assinatura do Pacto Ninguém se Cala, projeto do MPSP e MPT, que visa incentivar a conscientização sobre o enfrentamento da violência contra a mulher. A presidente poderia ter o mesmo cuidado e ser mais ativa quando se fala de futebol feminino.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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