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Gaslighting e burnout: uma dupla perigosa no mundo moderno

Hoje vamos bater um papo sobre dois problemas que andam de mãos dadas no mundo atual: o gaslighting e o burnout. Pois é, meus caros, essas duas condições psicológicas estão mais conectadas do que você imagina!

Todos os Blogs|Dionisio FreitasOpens in new window

Ambas as situações psicológicas geram traumas e sequelas se não tratadas IA Flux P

Você já se sentiu exausto e, ao mesmo tempo, duvidando de suas próprias percepções? Se sim, pode estar enfrentando uma combinação perigosa de duas condições psicológicas cada vez mais comuns: o gaslighting e o burnout.

A relação entre elas é mais próxima do que se imagina. Quando alguém é vítima de gaslighting, seja no trabalho, em relacionamentos ou em outros contextos, o esforço constante para manter a própria capacidade e sanidade pode levar ao esgotamento extremo.

O gaslighting faz com que a pessoa gaste uma energia enorme tentando validar suas próprias expectativas em meio a visão distorcida. Esse desgaste emocional contínuo é um caminho direto para o burnout. Um exemplo de funcionário vítima de gaslighting fica visível quando a vítima tenta, a todo momento, ter o reconhecimento da chefia ou constantemente se diz incapaz de atingir as expectativas empresariais.

Mas antes vamos entender o que é cada um desses diagnósticos e transtorno.


O gaslighting é uma forma de manipulação psicológica onde a vítima é levada a questionar sua própria identidade, capacidade ou percepção da realidade. É como se alguém estivesse constantemente apagando e reacendendo as luzes, fazendo você duvidar se elas realmente mudaram.

Bárbara Hollanda aconselha a busca por apoio e ajuda profissional arquivo pessoal

“O gaslighting é um abuso psicológico pautado na manipulação e pode levar a vítima a duvidar dela própria, fazendo com que se questione acerca dos seus valores, da sua identidade, da sua capacidade e principalmente da sua sanidade mental. Quando a manipulação é ‘internalizada’ pela vítima, ela ocasiona efeitos emocionais e cognitivos muito prejudiciais”, explica a psicóloga Bárbara Hollanda.


Por outro lado, burnout é caracterizado pela exaustão emocional, mental e física, causado por estresse a longo prazo. É como se seu corpo e mente tivessem chegado ao limite e simplesmente desligassem. E isso pode ser desencadeado pelo gaslighting.

“O gaslighting advindo de um contexto profissional tem um alto risco de resultar na síndrome de burnout, pois tal síndrome é uma exaustão aguda relacionada ao ambiente de trabalho. Apesar de o burnout ser mais relacionado a um esgotamento profissional, também pode ocorrer em outras áreas da vida, nas quais existe alguma sobrecarga de ordem psicológica e emocional frequentes.


Uma pessoa que se pressiona e se cobra demasiado para ser reconhecida precisa se cuidar com seriedade para não desenvolver mais efeitos danosos, pois a autocrítica pode fazer com que a pessoa dificilmente esteja satisfeita e se contente com o seu desempenho e progresso” acrescenta Bárbara.

Sequelas perigosas

Mesmo com tantos malefícios, muitos ainda se aproveitam dessa situação para ter vantagens sobre funcionários e em relações afetivas. As sequelas chegam até mesmo a se mascarar em meio a correria da atual realidade que vivemos, onde a necessidade instantânea nos enfraquece e traumatiza. Alguns sinais que podem indicar que você está enfrentando essa dupla perigosa incluem, por exemplo: dúvida constante sobre suas próprias percepções (ou perda delas), sensação de estar “ficando louco”, exaustão extrema (um cansaço constante e debilitante), cinismo ou negatividade diante de relações interpessoais no trabalho ou vida pessoal. Mas talvez o sintoma mais debilitante seja a dificuldade em concentrar-se ou tomar decisões, o que terminar por criar ainda mais estresse e sensação de fraqueza emocional.

As pressões podem ser vistas am ambientes de trabalho e vida pessoal. IA Flux Pro

Mas como lidar com essas situações? “Quanto ao burnout, a primeira atitude a ser tomada é aceitar e buscar entender esse adoecimento e se respeitar neste momento desafiador e delicado. O apoio psicológico, a redução ou o afastamento do trabalho/contexto estressor e, a depender do caso, tratamento com medicamentos são as primeiras opções para tratar a síndrome de burnout. A compreensão e o apoio de pessoas próximas também geram efeitos benéficos.

As orientações dadas são apenas iniciais, pois sabe-se que há certa probabilidade de recaída. Mas para que o esgotamento agudo não ocorra novamente ou para que seja identificado a tempo, é preciso estar bem atento aos “picos de estresse e exaustão” antes de se tornarem agudos e, para isso, manter o acompanhamento psicológico de médio a longo prazo, fazer alterações na dinâmica de trabalho e se dar pausas e descansos são essenciais para o não retorno da síndrome de burnout” afirma a psicóloga.

Além disso, e felizmente, existem medidas que podem ajudar a enfrentar tanto o gaslighting quanto o burnout. O primeiro passo é confiar em si mesmo: mantenha um diário para registrar suas experiências e sentimentos. Isso pode ajudar a validar suas percepções.

Estabeleça limites e prenda a dizer “não”. Estabelecer fronteiras claras em seus relacionamentos pessoais e profissionais é um novo caminho seguro. Pratique o autocuidado: priorize atividades que promovam seu bem-estar físico e mental. Pense em praticar exercícios, meditação ou hobbies. Considere mudar sua relação profissional ou até mesmo de emprego (sim, existe vida além do trabalho). Busque apoio e ajuda profissional: Um terapeuta pode fornecer ferramentas valiosas para lidar com o gaslighting e prevenir o burnout.

“Enfrentar o gaslighting e o burnout pode ser desafiador, mas com consciência, apoio e as estratégias certas, é possível superar essas condições. Para sanar os traumas resultantes do gaslighting somados a síndrome de burnout, é orientado que a pessoa inicie um processo de acompanhamento e tratamento integrado/multidisciplinar, o que inclui a ajuda de profissionais de diversas áreas, considerando a visão integrativa do ser humano: o seu todo - mente, corpo e espírito. Isso porque os dois fenômenos psicológicos afetam a saúde da pessoa de forma integral. Assim, inicialmente, a própria pessoa pode iniciar seu processo de autodesenvolvimento se permitindo a importância de fazer pausas e estabelecer limites saudáveis, de se dar tempo e paciência para este momento, de aceitar suportes de terceiros e, em especial, de reconhecer e validar suas experiências” aconselha Bárbara Hollanda.

Enfrentar o gaslighting e o burnout pode ser desafiador, mas com consciência, apoio e as estratégias certas, é possível superar essas condições e recuperar o controle de sua vida e bem-estar.

Lembre-se: você não tá sozinho nessa! Muita gente passa por situações parecidas e consegue dar a volta por cima. O importante é reconhecer o problema e buscar ajuda quando precisar.

E aí? Já passou por algo parecido? Até a próxima!

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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