Veja tudo o que se sabe sobre a família mantida presa em casa por 17 anos na zona oeste do RJ
Mulher e dois filhos, quase sem comida, foram achados amarrados em Guaratiba; suspeito usava som alto para despistar vizinhos
Rio de Janeiro|Márcio Mendes*, do R7
A Polícia Civil investiga o homem que manteve a família em cárcere privado por cerca de 17 anos em Guaratiba, na zona oeste do Rio. A mulher e os dois filhos foram encontrados pela Polícia Militar na noite da última quinta-feira (28). Abaixo, confira tudo o que se sabe até o momento sobre o caso.
As vítimas
As vítimas eram a mulher do suspeito e os dois filhos — um menino de 19 anos e uma jovem de 22. A mulher mantinha um relacionamento de 20 anos com o homem apontado como responsável por manter a ela e os filhos em cárcere privado.
Estado de saúde
De imediato, os policiais chamaram uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Nesta sexta-feira (29), a Secretaria Municipal de Saúde informou que os três pacientes apresentaram quadro de desidratação e desnutrição grave.
Eles estão recebendo cuidados clínicos, além de acompanhamento dos serviços social e de saúde mental.
Condições em que as vítimas foram encontradas
As vítimas eram mantidas presas em uma casa escura, úmida, sem janelas nem banheiros. De acordo com um vizinho que denunciou o crime, a mulher e os filhos ficavam amarrados e não recebiam comida.
Segundo informações dos policiais militares, os jovens foram encontrados amarrados, sujos e subnutridos.
O policial Willian Oliveira disse ter achado inicialmente que os jovens de 19 e 22 anos aprisionados pelo próprio pai eram crianças devido à aparência, provavelmente por falta de desenvolvimento adequado.
O que diz a polícia
Preso em flagrante por policiais militares na última quinta-feria (28), Luiz Antonio Santos Silva é apontado como responsável por manter a família em cárcere privado.
Ele foi autuado em flagrante pelos crimes de tortura, cárcere privado e maus-tratos. Segundo a polícia, ele não tem antecedentes criminais.
Vizinhos da família disseram que Luiz é conhecido como 'DJ' na região, por causa da música alta que sempre colocava para tentar abafar o barulho que era feito pela companheira e pelos filhos.
As investigações estão em andamento na Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Campo Grande, também na zona oeste. Os policiais informaram que a Justiça aceitou o pedido de medidas protetivas para as vítimas.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Raphael Hakime