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Vereadores do Rio de Janeiro discutem ações de prevenção e segurança para escolas

Representante do Sepe revelou que há apenas 76 psicólogos e 75 assistentes sociais para atendimento na rede pública

Rio de Janeiro|Da Agência Brasil

Reunião discutiu importância de psicólogos para as crianças
Reunião discutiu importância de psicólogos para as crianças

Uma frente parlamentar criada na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro para fiscalizar a segurança nas escolas do município do Rio discutiu, nesta quinta-feira (18), ações de prevenção que serão implementadas para combater a violência na rede pública de ensino.

No encontro, o professor Hugo Nepomuceno, representando o secretário municipal de Educação Renan Ferreirinha, afirmou que mais de mil profissionais já foram capacitados para lidar com a dinâmica da violência, com questões de convivência nas escolas e com o aplicativo Escola Segura.

“Desde o lançamento do aplicativo, finalizamos o ciclo com os diretores, com a participação de mais de 1500 profissionais. Vamos avançar na formação dos adjuntos e dos coordenadores pedagógicos. Precisamos criar uma cultura de notificação. Isso é rotina. É prática”, afirmou.

Já o vereador Célio Lupparelli (PSD), presidente da frente parlamentar, disse que as ações preventivas devem ir além da colocação de porteiros, guardas ou policiais na porta das escolas. “Achamos a ideia interessante, mas não vai solucionar o problema. A violência não pode ser minimizada. Trata-se de um tema complexo e a ação deve ser conjunta, com atores como a família, a igreja, o Estado, a mídia e os educadores”.


O representante da Secretaria Municipal de Educação explicou que o aplicativo lançado pela prefeitura tem o papel de qualificar a notificação para futuras prevenções, e não de evitar a violência. “Os casos de agressão nas escolas precisam ter visibilidade. O papel do aplicativo é tratar o que acontece no chão da escola. Acreditamos que os casos vão diminuir”, avaliou Nepomuceno.

Carência


De acordo com a vereadora Luciana Boiteaux (Psol), a Secretaria de Educação tem carência de psicólogos, assistentes sociais e porteiros. “Nós temos denunciado a carência de profissionais na rede municipal de ensino. Hoje, o número é insuficiente. Ninguém tem dúvida sobre a importância destes profissionais para a prevenção dessa violência contra as escolas”.

O promotor de Justiça Roberto Mauro, por sua vez, apontou as dificuldades da rede pública de ensino, com um número reduzido de professores, sem inspetores e sem infraestrutura para o atendimento de alunos. “Nesse ambiente, fica mais difícil estabelecer uma cultura de paz e de prevenção aos atos de violência”.


Para o promotor, o problema parece ser mais de educação e de saúde do que de segurança. “Temos o costume de expulsar o aluno agressor. Ele se muda para outra escola, sem qualquer acompanhamento, sem que esse histórico seja levado, sem que ele seja ouvido e acolhido para que possamos entender o que de fato causou aquela violência. Temos que ter equipes multidisciplinares, com psicólogos e assistentes, com ações continuadas”, avaliou.

A representante do Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação) Samanta Guedes revelou que, atualmente, há apenas 76 psicólogos e 75 assistentes sociais para o atendimento de 8.552 crianças na rede pública. “Nós fizemos concurso para educação e não para segurança. Precisamos de espaços de formação de cultura de uma escola integral, com profissionais concursados. Defendemos que dentro das unidades escolares tenham educadores de fato”, destacou.

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