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SP: 9 em cada 10 paulistanos têm pouca ou nenhuma vontade de participar da política na cidade

Número de desinteressados aumentou, segundo a Rede Nossa SP. 'Pessoas estão muito descrentes na política', diz pesquisador

São Paulo|Guilherme Padin, do R7

64% dos paulistanos não desejam participar da política de forma nenhuma
64% dos paulistanos não desejam participar da política de forma nenhuma 64% dos paulistanos não desejam participar da política de forma nenhuma

Nove em cada dez paulistanos têm pouca ou nenhuma vontade de participar da vida política da cidade de São Paulo, mostra estudo da Rede Nossa SP, divulgado nesta terça-feira (24).

Do total de respondentes da pesquisa, 64% não desejam participar de forma nenhuma, enquanto 25% têm pouca vontade. Somente 8% afirmaram querer muito atuar politicamente na capital paulista.

O número de desinteressados cresceu em relação a 2020, inclusive, segundo os dados do órgão.

O problema não se estende somente à capital paulista: trata-se de um fenômeno global, pondera o assessor de coordenação da Rede Nossa São Paulo, Igor Pantoja: “As pessoas estão muito descrentes da política”.

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Para o pesquisador, se houvesse políticas contundentes da prefeitura ou do governo do estado para estimular a participação social, ao mostrar que ela poderia gerar resultados e mudança na vida das pessoas, o número de interessados seria maior.

“Um dos fatores que levam as pessoas a não valorizarem a política é exatamente a falta de retorno que elas têm. Veem que não há mudanças efetivas na vida delas”, afirma Pantoja.

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A proporção de pessoas desinteressadas em participar da vida política é ainda mais expressiva entre as classes D e E (89%), com ensino fundamental completo (84%) e renda familiar de até dois salários mínimos (74%).

Nesse sentido, o pesquisador considera que as pessoas com menor escolaridade e mais pobres dispõem, de modo geral, de menos tempo para participar desses processos: “Há menos interesse em se engajar, dado que a pessoa está envolvida com outras necessidades mais imediatas”.

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O pesquisador propõe um sistema de participação social mais efetivo como forma de incentivar a população, sobretudo nas camadas mais pobres.

“A gente tem um monte de conselhos, mas com pouca efetividade, pouca capacidade de fiscalizar e cobrar o poder público, ou até mesmo de propor coisas interessantes”, completa.

Para onde políticos devem direcionar as medidas

Na avaliação dos paulistanos, o foco de atuação de um político deve recair na geração de empregos e na redução de desigualdades sociais.

Houve, ainda, um aumento dos respondentes que citaram esses dois aspectos como os mais importantes do trabalho político: a redução de desigualdades subiu de 54% para 70% dos entrevistados entre 2021 e 2022, e a geração de empregos, de 70% para 75%.

Entre os dois anos, o tema que apresentou o aumento mais expressivo foi a taxação de grandes fortunas, que, após ter subido de consideração de 15% a 24% dos entrevistados, é a quarta mais citada na pesquisa desta terça.

“Cobrar mais impostos da população mais rica é um caminho apontado pelas políticas públicas e propostas em nível global, e possível de se fazer no Brasil, até em nível local. As pessoas estão atentas a isso, e é importante que a prefeitura se mostre de fato comprometida com essa questão”, avalia Igor Pantoja.

A pesquisa

Para a pesquisa “Viver em São Paulo: qualidade de vida”, foram ouvidas 800 pessoas acima dos 16 anos que vivem na capital paulista.

O estudo foi realizado em parceria entre a Rede Nossa São Paulo e o Ipec.

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