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'Nenhum pai acha que vai ter filho agressor': controle rígido do acesso à internet pode evitar tragédias

Especialistas afirmam que o monitoramento online da família é uma importante medida preventiva contra ataques a escolas

São Paulo|Isabelle Amaral, do R7

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Cartazes em homenagem à aluna Giovanna Bezerra, que morreu após levar um tiro na Escola Estadual Sapopemba
Cartazes em homenagem à aluna Giovanna Bezerra, que morreu após levar um tiro na Escola Estadual Sapopemba

O Brasil registrou nove ataques a escolas só neste ano, o que resultou na morte de oito alunos, entre 4 e 17 anos, e de uma professora, de 71. Segundo especialistas ouvidos pelo R7, o primeiro passo, antes mesmo dos investimentos em segurança, e da realização de protocolos ou de projetos de conscientização, é a supervisão rígida dos pais, principalmente no acesso à internet.

Segundo o delegado Carlos Afonso Gonçalves da Silva, responsável pela Divisão de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil, saber o que crianças e adolescentes veem online é uma "medida preventiva" essencial.

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Giovanna Bezerra, estudante morta em ataque a escola
Giovanna Bezerra, estudante morta em ataque a escola

No último ataque deste ano, ocorrido na Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo, o adolescente que matou a aluna Giovanna Bezerra, de 17 anos, com um tiro na cabeça, havia comentado sobre o plano com colegas em um grupo de mensagens. Segundo a polícia, há indícios de que ele teve apoio, inclusive, de moradores de outros estados.

"Quem tem que perceber primeiro são os pais. É possível fazer esse controle do acesso à internet por forma remota. É melhor que eles vejam e auxiliem o filho do que chegar ao ponto de ocorrer essas tragédias. Com certeza, isso pesa na consciência dos pais", ressalta.

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Ana Paula Siqueira, advogada, professora e criadora da única pós-graduação do Brasil sobre cyberbullying aprovada pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura), pontua que "não existe direito de privacidade entre pais e filhos menores de idade".

"Algumas redes sociais e jogos com chat trazem a dopamina, que vai profundo no cérebro. As pessoas ficam viciadas. Jovens que estão passando por algum tipo de problema acabam ficando mais vulneráveis, são influenciados... Nenhum pai acha que vai ter filho agressor", completa.

Clique aqui e relembre os principais ataques a escolas e creches em 2023

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O número de ataques a escolas no Brasil bateu recorde em 2023. Até outubro deste ano, foram registrados nove atentados, três a mais do que em 2022. Um estudo do Instituto Sou da Paz reuniu casos dessa natureza cometidos desde 2002. Nos primeiros meses de 2023, foram sete ataques a escolas. Depois, ocorreram mais dois apenas em outubro. Os autores normalmente são alunos ou ex-alunos. Desde 2002, 49 pessoas morreram nesse tipo de ataque e outras dezenas ficaram feridas
13 de fevereiro: Escola Municipal Vista Alegre e Escola Estadual Professor Antonio Sproesser, em Monte Mor (SP) Um jovem de 17 anos foi apreendido depois de atirar bombas caseiras de coquetel molotov em duas escolas que funcionam no mesmo prédio, em Monte Mor, no interior de São Paulo. Dois artefatos explodiram após atingir a grade de entrada do prédio, mas ninguém ficou ferido. Ao ser apreendido, o rapaz portava uma machadinha e uma braçadeira com uma suástica, símbolo nazista. O adolescente de 17 anos afirmou durante depoimento na delegacia que sofria bullying nessa unidade
AME6686. SAO PAULO (BRASIL), 27/03/2023.- Fotografía de la salida del colegio público donde se ha presentado un ataque con arma punzante hoy, en São Paulo (Brasil). El ataque, que causó la muerte de una profesora de 71 años y heridas a otros cinco miembros del colegio, es un alumno de 13 años que cursa el grado octavo y que fue controlado por la policía, según informa la prensa local. EFE/ Isaac Fontana
ataque creche Santa Catarina Blumenau
11 de abril: Escola Estadual Doutor Marcos Aurélio, em Santa Tereza (GO) Um aluno de 13 anos entrou armado com uma faca na Escola Estadual Doutor Marcos Aurélio, em Santa Tereza de Goiás, região norte do estado. O autor estudava no local e usou a arma para ferir duas estudantes. O agressor foi contido por uma professora, que não ficou ferida. As duas alunas foram levadas a um hospital com ferimentos leves. O adolescente foi apreendido. Em nota, o Governo de Goiás informou que o aluno que promoveu o ataque não tem histórico de violência. Não foi revelado o que o motivou a atacar as colegas de escola
19 de junho: Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé (PR) Um ex-aluno entrou armado no Colégio Estadual Professora Helena Kolody e matou dois alunos a tiros. O autor, de 20 anos, conseguiu entrar no prédio informando que iria solicitar o seu histórico escolar. Ele foi imobilizado por um professor e, posteriormente, detido e encaminhado para Londrina, a cerca de 15 km de Cambé
10 de outubro: Escola particular Dom Bosco, em Poços de Caldas (MG) Um ex-aluno de 14 anos invadiu escola a particular Dom Bosco, em Poços de Caldas (MG), e cometeu um ataque a faca na instituição. Um jovem também de 14 anos morreu e outros três ficaram feridos. O agressor foi apreendido. O prefeito da cidade, Sérgio Azevedo, decretou luto oficial de três dias no município. Em suas redes sociais, escreveu: "Muito abalado com a tragédia que aconteceu na escola Dom Bosco. Minha solidariedade às famílias das vítimas, aos alunos e a toda a comunidade escolar"
23 de outubro: Escola Estadual Sapopemba, em São Paulo (SP) Um menino de 16 anos cometeu um ataque a tiros na Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo. Uma aluna de 17 anos morreu e outros três estudantes ficaram feridos. O agressor usou a arma do pai, que foi indiciado por porte irregular de arma e omissão de cautela, para cometer o atentado. As aulas foram suspensas por dez dias pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Luto oficial de três dias foi decretado em todo o estado de São Paulo 

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O número de ataques a escolas no Brasil bateu recorde em 2023. Até outubro deste ano, foram registrados nove atentados, três a mais do que em 2022. Um estudo do Instituto Sou da Paz reuniu casos dessa natureza cometidos desde 2002. Nos primeiros meses de 2023, foram sete ataques a escolas. Depois, ocorreram mais dois apenas em outubro. Os autores normalmente são alunos ou ex-alunos. Desde 2002, 49 pessoas morreram nesse tipo de ataque e outras dezenas ficaram feridas
13 de fevereiro: Escola Municipal Vista Alegre e Escola Estadual Professor Antonio Sproesser, em Monte Mor (SP) Um jovem de 17 anos foi apreendido depois de atirar bombas caseiras de coquetel molotov em duas escolas que funcionam no mesmo prédio, em Monte Mor, no interior de São Paulo. Dois artefatos explodiram após atingir a grade de entrada do prédio, mas ninguém ficou ferido. Ao ser apreendido, o rapaz portava uma machadinha e uma braçadeira com uma suástica, símbolo nazista. O adolescente de 17 anos afirmou durante depoimento na delegacia que sofria bullying nessa unidade
AME6686. SAO PAULO (BRASIL), 27/03/2023.- Fotografía de la salida del colegio público donde se ha presentado un ataque con arma punzante hoy, en São Paulo (Brasil). El ataque, que causó la muerte de una profesora de 71 años y heridas a otros cinco miembros del colegio, es un alumno de 13 años que cursa el grado octavo y que fue controlado por la policía, según informa la prensa local. EFE/ Isaac Fontana
ataque creche Santa Catarina Blumenau
11 de abril: Escola Estadual Doutor Marcos Aurélio, em Santa Tereza (GO) Um aluno de 13 anos entrou armado com uma faca na Escola Estadual Doutor Marcos Aurélio, em Santa Tereza de Goiás, região norte do estado. O autor estudava no local e usou a arma para ferir duas estudantes. O agressor foi contido por uma professora, que não ficou ferida. As duas alunas foram levadas a um hospital com ferimentos leves. O adolescente foi apreendido. Em nota, o Governo de Goiás informou que o aluno que promoveu o ataque não tem histórico de violência. Não foi revelado o que o motivou a atacar as colegas de escola
19 de junho: Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé (PR) Um ex-aluno entrou armado no Colégio Estadual Professora Helena Kolody e matou dois alunos a tiros. O autor, de 20 anos, conseguiu entrar no prédio informando que iria solicitar o seu histórico escolar. Ele foi imobilizado por um professor e, posteriormente, detido e encaminhado para Londrina, a cerca de 15 km de Cambé
10 de outubro: Escola particular Dom Bosco, em Poços de Caldas (MG) Um ex-aluno de 14 anos invadiu escola a particular Dom Bosco, em Poços de Caldas (MG), e cometeu um ataque a faca na instituição. Um jovem também de 14 anos morreu e outros três ficaram feridos. O agressor foi apreendido. O prefeito da cidade, Sérgio Azevedo, decretou luto oficial de três dias no município. Em suas redes sociais, escreveu: "Muito abalado com a tragédia que aconteceu na escola Dom Bosco. Minha solidariedade às famílias das vítimas, aos alunos e a toda a comunidade escolar"
23 de outubro: Escola Estadual Sapopemba, em São Paulo (SP) Um menino de 16 anos cometeu um ataque a tiros na Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo. Uma aluna de 17 anos morreu e outros três estudantes ficaram feridos. O agressor usou a arma do pai, que foi indiciado por porte irregular de arma e omissão de cautela, para cometer o atentado. As aulas foram suspensas por dez dias pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Luto oficial de três dias foi decretado em todo o estado de São Paulo 

O número de ataques a escolas no Brasil bateu recorde em 2023. Até outubro deste ano, foram registrados nove atentados, três a mais do que em 2022. Um estudo do Instituto Sou da Paz reuniu casos dessa natureza cometidos desde 2002. Nos primeiros meses ...

O número de ataques a escolas no Brasil bateu recorde em 2023. Até outubro deste ano, foram registrados nove atentados, três a mais do que em 2022. Um estudo do Instituto Sou da Paz reuniu casos dessa natureza cometidos desde 2002. Nos primeiros meses de 2023, foram sete ataques a escolas. Depois, ocorreram mais dois apenas em outubro. Os autores normalmente são alunos ou ex-alunos. Desde 2002, 49 pessoas morreram nesse tipo de ataque e outras dezenas ficaram feridas

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