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Entenda a doença da menina de ossos de vidro, que sofreu acidente

Carro com Luara Crystal foi atingido por carreta há um mês; ela deve passar pela 29ª da sua vida, desta vez na perna direita

Saúde|Do R7

Luara com a Mãe, Luana Ribeiro
Luara com a Mãe, Luana Ribeiro

Conhecida como a "menina dos ossos de vidro" nas redes sociais, Luara Crystal, 14, terá que passar pela 29ª cirurgia de sua vida, desta vez, na perna direita, devido a um acidente de carro que sofreu há um mês. Ela já passou por 28 cirurgias e sofreu 130 fraturas desde que nasceu.

O veículo em que estava com a mãe, parado no sinal vermelho, foi atingido por uma carreta, o que lhe causou politraumatismo craniano e uma fratura na perna direita. Após duas semanas de internação, ela aguarda pela cirurgia na perna. A família fez uma vaquinha virtual para arrecadar recursos para seus tratamentos.

Desde o útero, Luara já sofria fraturas. Ela nasceu com osteogênese imperfeita, condição conhecida como "ossos de vidro". A osteogênese imperfeita é uma doença crônica rara e afeta uma em cada 20 mil pessoas. Ela ocorre por uma mutação genética e pode ser hereditária.

A quebra dos ossos se dá pela dificuldade na produção de colágeno, um dos principais componentes dos ossos, e pode afetar a estatura e mobilidade.


A doença possui 16 subtipos, sendo que casos mais graves têm menor incidência, de acordo com entrevista concedida pelo ortopedista Bruno Massa, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP ao R7. Luara tem o subtipo 3, que ocasiona fraturas espontâneas e curvamento dos ossos.

Os cuidados são feitos de acordo com a gravidade de cada quadro. Por conta dessa fragilidade, as pessoas que têm os "ossos de vidro" precisam evitar esforços e precisam ser tocadas com cuidado, já que qualquer impacto pode resultar em uma nova fratura.


A descoberta da condição de Luara veio três horas após o parto, quando o médico relatou que a criança já tinha 15 fraturas quando nasceu, além de algumas que ocorreram dentro do útero e já estavam consolidadas. Foram dois meses e meio internada na UTI, e, nesse tempo, mais 20 fraturas. Uma delas ocorreu no estímulo à amamentação, que resultou na fratura de sua mandíbula.

Luana Ribeiro, 36, mãe de Luara, tinha acabado de se formar como auxiliar de enfermagem, e a condição da filha a fez se adaptar às suas necessidades. Luana também fez o curso de imobilizações ortopédicas e faz as imobilizações da filha, com orientação médica. Além disso, assim como qualquer caso de fratura, Luara precisa ir sempre ao hospital para fazer o exame de raio-X para ter uma visão geral sobre os ossos e checar se não houve mais nenhuma fratura.


Durante a recuperação, também é necessária a realização do exame para determinar o avanço da consolidação e, para cada suspeita de fratura, o exame também se faz necessário.

Apesar da fragilidade dos ossos, a consolidação óssea é boa, tendo uma recuperação no mesmo tempo em que uma pessoa que não tenha osteogênese, segundo sua mãe.

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