Carrapato Hyalomma é o vetor de transmissão da doença
Wikimedia CommonsA febre hemorrágica da Crimeia-Congo (CCHF, na sigla em inglês) causou a morte de pelo menos 57 pessoas, e foram detectados mais de 500 casos positivos no Afeganistão desde o início deste ano, segundo confirmaram na quinta-feira (20) autoridades do país à agência de notícias EFE.
"Desde janeiro, 57 pessoas morreram da doença do Congo, e mais de 500 casos positivos foram registrados em diversas províncias do país", disse à EFE o porta-voz do Ministério de Saúde Pública afegão, Sharafat Zaman Amar.
O aumento do número de casos desse vírus no país asiático preocupa as autoridades sanitárias afegãs, que dispõem de recursos médicos e econômicos apenas para fazer face à prevenção de casos e às consequências dessa doença endêmica no Afeganistão.
“Essas preocupações são agravadas porque não há vacina nem tratamento para CCHF, e o Afeganistão carece de infraestrutura de saúde pública adequada para prevenir, detectar e conter esses casos”, disse à EFE um médico de um hospital público do país.
Além disso, o Banco Central de Sangue do Afeganistão sofre com a escassez de sangue e não consegue abastecer os centros de saúde do país, o que dificulta ainda mais o acesso a um serviço preventivo nas áreas mais vulneráveis.
“Infelizmente, é verdade que, devido à sobrecarga de pacientes com doenças do sangue, estamos enfrentando escassez”, disse à EFE o diretor do Banco Central de Sangue, Nasir Sadiq.
Esse vírus pode causar surtos graves de febre hemorrágica viral, com taxa de mortalidade entre 10% e 40%.
A CCHF é endêmica na África, nos Bálcãs, no Oriente Médio e na Ásia em países abaixo de 50 graus de latitude norte, limite geográfico do carrapato Hyalomma, que é seu principal vetor.
Além do Marburg: conheça vírus que causam hemorragias fatais