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Gravidade zero? Entenda por que os astronautas flutuam no espaço

Fenômeno ocorre quando a pessoa está em queda livre e isolada do meio externo, como em uma cápsula espacial

Tecnologia e Ciência|Sofia Pilagallo*, do R7

Momento em que a tripulação do voo suborbital da Blue Origin sentiu o corpo flutuar
Momento em que a tripulação do voo suborbital da Blue Origin sentiu o corpo flutuar Momento em que a tripulação do voo suborbital da Blue Origin sentiu o corpo flutuar

O bilionário Jeff Bezos, fundador da Amazon, realizou com sucesso seu primeiro voo ao espaço, na terça-feira (20). A cápsula New Shepard chegou a mais de 100 mil metros de altitude durante o voo suborbital e o empresário e os demais ocupantes puderam flutuar por alguns minutos como os astronautas da Estação Espacial Internacional. 

Segundo o professor Rodolfo Langhi, coordenador do Observatório de Astronomia da Unesp (Universidade Estadual Paulista), ao contrário do que muitos pensam, o fenômeno nada tem a ver com a chamada "gravidade zero", ou falta de gravidade, no espaço. Ele explica que a força da gravidade age sobre os corpos tanto para quem está próximo ao solo quanto para quem está lá no limite da atmosfera. O que ocorre é, na realidade, uma sensação aparente de ausência de peso quando se está em queda e "protegido" do meio externo — dentro de uma cápsula, por exemplo.

"O mesmo efeito seria sentido se você estivesse dentro de um elevador e alguém cortasse o cabo. O elevador cairia em queda livre e você sentiria como se estivesse flutuando. A nave espacial nada mais é do que uma cápsula, como um elevador, que está sempre caindo. Mas como a Terra é redonda, ela acompanha o movimento de curvatura da Terra", afirma.

De acordo com Langhi, um dos treinamentos aos quais os astronautas são submetidos antes de uma missão é justamente embarcar em um avião que, em determinado momento, cai em queda livre e pouco antes de chegar ao solo, ganha impulso para subir novamente. Durante o experimento, os tripulantes não sentem o peso do corpo e flutuam, da mesma forma que astronautas em viagens ao espaço.

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O professor explica que, diferentemente da Terra, no entanto, no espaço é possível sentir a ausência do corpo e flutuar mesmo estando fora de uma cápsula e em contato direto com o meio externo. Basta que a pessoa se mantenha sempre constante em uma determinada velocidade — nem lenta demais para cair em queda livre nem rápida demais para escapar da órbita da terra. Trata-se da chamada "velocidade orbital".

As estações espaciais e os satélites só flutuam no espaço porque mantêm uma determinada velocidade sempre constante ao redor da Terra. Em uma situação hipotética, se a velocidade dos equipamentos fosse reduzida a zero, eles cairiam em queda livre.

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"Se você amarrar uma pedrinha em um barbante e começar a girá-la com o dedo, por exemplo, perceberá que se o movimento for muito devagar, ela não se manterá girando e cairá. Por outro lado, se o movimento for rápido demais, o barbante pode escapar do seu dedo. A mesma coisa vale para pessoas e objetos no espaço", diz.

*Estagiária do R7 sob supervisão de Pablo Marques

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