Comandante diz que caças chegarão em até seis anos e avisa: Aeronáutica “faz o possível” para vigiar País
Audiência pública discutiu aquisição de 36 aeronaves e transferência de tecnologia para a FAB
Brasil|Do R7, com Agência Senado
Em meio ao atraso na compra dos caças pelo governo brasileiro para a FAB (Força Aérea Brasileira), o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, disse nesta terça-feira (13), na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, que as aeronaves chegarão entre quatro e seis anos após a compra e avisou que a entidade “faz o possível” para fazer a vigilância do território brasileiro.
Saito informou que a Aeronáutica busca a compra de caças modernos desde 1995. Ele afirmou que os adiamentos no processo têm mais a ver com a questão orçamentária e negou que a Aeronáutica faça pressão sobre o governo.
— Quem controla o espaço e faz defesa aérea dá proteção ao País.
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O presidente da CRE, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), manifestou preocupação com o que chamou de “fragilidade do espaço aéreo” brasileiro.
— Essa situação coloca o país em um iminente apagão aéreo.
O projeto FX-2, explicou o senador, começou em 2008 e consiste na aquisição de 36 aeronaves de caça “de múltiplo emprego”, incluindo itens como os simuladores de voo correspondentes, a logística inicial e a transferência de tecnologia “necessária para a capacitação do parque industrial aeroespacial brasileiro no desenvolvimento de um caça de quinta geração”.
Saito ainda informou que os Mirage 2000, que serão retirados de uso no fim do ano, deveriam ter sido desativados já em 2011, por conta das horas de voo, e informou que a Aeronáutica vai receber caças F-5 modernizados. Apesar disso, Saito foi categórico ao dizer que a situação não é a ideal.
Apesar disso, o comandante da Aeronáutica afirmou que o País possui equipamentos compatíveis para fazer face às necessidades da defesa nacional. Ele ressaltou, porém, que o projeto FX-2, que vai comprar as 36 aeronaves, complementaria a segurança do País.
Saito lembrou que o monitoramento de defesa do Brasil chega a 22 milhões de metros quadrados, considerando as regiões de tratado internacional.
Sobre os modelos selecionados, Saito acrescentou que a Presidência da República já tem as informações sobre as preferências da Aeronáutica e já estaria em condições de tomar uma decisão sobre a compra dos caças. Segundo Saito, Dilma Rousseff tomará a decisão “em curto prazo”.
Ainda de acordo com Juniti Saito, o relatório sobre a compra dos aviões foi entregue ao Ministério da Defesa no início de 2010. O comandante admitiu que a análise da Aeronáutica é mais técnica, enquanto a do governo é mais política. Ele negou, porém, que exista conflito com o Ministério da Defesa.