Dogde diz que ninguém está acima ou abaixo da lei
Nova procuradora-geral da República tomou posse do cargo nesta segunda
Brasil|Juca Guimarães, do R7, com Estadão Conteúdo
"Ninguém está acima ou abaixo da lei". Esse foi o recado da nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, durante cerimônia de posse realizada nesta segunda-feira (18), em Brasília, na presença do presidente Michel Temer (PMDB), da presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Cármen Lúcia e dos presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Eunício Oliveira (PMDB-CE).
Durante a solenidade, que durou cerca de 30 minutos, Dodge destacou que o povo brasileiro tem esperança em um futuro melhor e que "não tolera a corrupção".
— Quarenta e um brasileiros assumiram este cargo de procurador-geral da República. Alguns em ambiente de paz e muitos sob intensa tempestade. A nenhum faltou a certeza de que o Brasil seguirá em frente porque o povo mantém a esperança em um país melhor, interessa-se pelo destino da nação, acompanha as investigações e julgamentos, não tolera a corrupção e não só espera, mas também cobra resultados.
Dodge citou a Constituição de 1988 e a importância da liberdade de expressão.
— Todos são iguais e todos são livres.
Primeira mulher a chefia o Ministério Público Federal, a nova procuradora-geral cumprimentou o antecessor, Rodrigo Janot, por "seu serviço à nação". Ele não compareceu à solenidade.
Dodge afirmou que "o País passa por um momento de depuração" e que o Ministério Público zela pelo respeito às minorias.
— Estou ciente da enorme tarefa que está diante de nós e da legítima expectativa de que seja cumprida com equilíbrio, firmeza e coragem, com fundamento na Constituição e nas leis.
Currículo
Raquel Elias Ferreira Dodge atua no Superior Tribunal de Justiça em matéria criminal desde 2008. Ela é membro do Ministério Público Federal desde 1987, e ocupava até semana passada o cargo de subprocuradora-geral. Integra a 3ª Câmara de Coordenação e Revisão, que trata de assuntos relacionados ao Consumidor e à Ordem Econômica.
Dodge é membro do Conselho Superior do Ministério Público pelo terceiro biênio consecutivo. Foi coordenadora da Câmara Criminal do MPF, membro da 6ª Câmara (povos indígenas) e procuradora federal dos Direitos do Cidadão adjunta.
Ela atuou na equipe que redigiu o 1º Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo no Brasil, e na 1ª e 2ª Comissão para adaptar o Código Penal Brasileiro ao Estatuto de Roma. Atuou na Operação Caixa de Pandora e, em primeira instância, na equipe que processou criminalmente Hildebrando Paschoal e o Esquadrão da Morte. É mestre em Direito pela Universidade de Harvard (2007) e pela Universidade de Brasília (1986).