Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Projeto aprovado em comissão abre brecha para criar fundo eleitoral

Trecho cita fundo obrigatório para bancar das atividades eleitorais

Brasil|Do R7

Comissão aprovou projeto com só 18 deputados
Comissão aprovou projeto com só 18 deputados Comissão aprovou projeto com só 18 deputados

Um dos pontos do projeto de lei aprovado nesta terça-feira (12) na comissão especial da Câmara que debate a reforma política abre uma brecha que pode facilitar a criação do fundo público para financiamento de campanha.

A ideia está sendo discutida em outro projeto, uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que está em análise no plenário, e corre o risco de ser rejeitada. Não há consenso em torno da PEC, que precisa do apoio de 308 dos 513 deputados para ser aprovada.

O projeto aprovado pela comissão tem como objetivo regulamentar os pontos dessa PEC que está sendo analisada no plenário. O texto, por exemplo, define as regras para distribuição dos recursos do novo fundo eleitoral.

Em um dos trechos, no entanto, o texto fala explicitamente que "é instituído o Fundo Especial de Financiamento da Democracia (FFD), de execução obrigatória, com a finalidade de prover recursos financeiros para o custeio das atividades eleitorais e da realização dos plebiscitos e referendos".

Publicidade

Deputados defendiam que o texto só fosse debatido após a conclusão da análise da PEC, cuja votação em plenário foi mais uma vez adiada nesta terça-feira.

O projeto, no entanto, foi aprovado de maneira simbólica pela comissão, quando apenas 18 deputados estavam presentes na reunião.

Publicidade

O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) protestou e afirmou que, como não há nenhuma exigência de que a criação do fundo tenha que ser feita via emenda constitucional, a aprovação do texto poderia abrir uma brecha para instituir o financiamento público mesmo se a PEC não fosse aprovada.

Relator da proposta, o deputado Vicente Cândido (PT-SP), disse, durante a reunião da comissão, que havia um "acordo" para "retirar ou modificar" o texto caso a PEC fosse rejeitada.

Publicidade

Questionado após a reunião, no entanto, o petista admitiu que o projeto de lei é um "plano B" caso a emenda à Constituição que cria o fundo não seja aprovada. Ele afirmou que o fundo pode ser criado via Orçamento, já que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2018 prevê um dispositivo para direcionar verbas para partidos e candidatos.

— Não precisa mexer [no projeto de lei]. Uma proposta é independente da outra. É mais para um plano B.

Molon afirma que vai voltar a pedir que essa parte seja retirada do texto. O deputado aponta que, por se tratar de um projeto de lei, o texto tem uma tramitação mais fácil, pois precisa ser aprovado apenas pela maioria dos deputados que estiverem em plenário no dia da votação - ou seja, não precisa chegar aos 308 votos exigidos por uma emenda à Constituição.

Fundo

Por falta de consenso, os deputados têm adiado semana após semana a votação da PEC que cria o fundo público e altera o sistema eleitoral.

A proposta de usar dinheiro público para financiar campanhas em um momento em que o País vive uma crise financeira, no entanto, tem sido bastante criticada pela opinião pública.

Para diminuir a polêmica, os deputados retiraram do texto a parte que previa que o novo fundo corresponderia a 0,5% da receita corrente líquida da União, o que chegaria a R$ 3,6 bilhões nas eleições de 2018.

Mesmo assim, a proposta corre o risco de ser rejeitada no plenário. Deputados que são a favor da adoção do chamado distritão (modelo majoritário no qual os candidatos mais votados são eleitos) têm condicionado a aprovação do fundo à alteração do sistema eleitoral.

A criação do fundo é uma proposta antiga do PT, e passou a ser vista por outros partidos como uma alternativa para financiar as campanhas após o STF (Supremo Tribunal Federal) proibir a doação empresarial. Desde as eleições do ano passado, apenas pessoas físicas podem doar a candidatos.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.