Sistema prisional do DF nega risco de rebelião na Papuda
Denúncia foi feita por três juízes responsáveis pelos processos dos condenados no mensalão
Brasil|Kamilla Dourado, do R7, em Brasília
O Subsecretário do Sistema Prisional do DF, Cláudio Magalhães, descartou nesta terça-feira (17) rumores de uma rebelião no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. A denúncia foi feita por três juízes da VEP (Vara de Execução Penal), que informaram ao TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal) rumores de uma possível rebelião e uma tentativa de fuga na próxima terça-feira, dia 24, véspera de Natal.
De acordo com Magalhães, o sistema recebe apoio reforçado da Polícia Militar e, até agora, ainda não recebeu nenhuma reclamação dos presos comuns ligada aos mensaleiros.
Por causa da possível rebelião, os juízes Ademar da Silva Vasconcelos, titular da Vara, Bruno Ribeiro e Ângelo Pinheiro Fernandes de Oliveira pediram transferência, mas tiveram os pedidos de remoção negados.
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A rebelião seria motivada pelos privilégios concedidos aos mensaleiros, que recebiam, fora do horário de visitas, parlamentares e familiares, e tinham um dia especial de visita, às sextas-feiras. Além disso, os magistrados teriam denunciado uma suposta sabotagem por parte de agentes penitenciários com o objetivo de prejudicar a VEP.
Segundo Claudio Magalhães, os mensaleiros têm algumas regalias — como TV nas celas —, mas elas estão previstas em lei e são estendidas a todos os presos com bom comportamento. Ele também afirmou que os presos mensaleiros têm menos benefícios que o restante dos presos, já que não podem, por exemplo, ir à cantina pedir o "melhoramento" do almoço, como os presos comuns. Eles são considerados presos vulneráveis, como ex-policiais, e ficam separados dos demais detentos para evitar ameaças de morte e extorsão.
Visitas
A Secretaria de Segurança Pública analisa o retorno do dia de visita aos presos vulneráveis, mas ainda não tem previsão de quando será concretizado esse dia a mais de visita, que poderia continuar sendo na sexta.
A rebelião estaria sendo arquitetada por detentos do CDP (Centro de Detenção Provisória), pavilhão ao lado de onde estão presos o ex-ministro José Dirceu, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, o ex-tesoureiro do PL (hoje PR) Jacinto Lamas, e os ex-deputados Romeu Queiroz, Pedro Corrêa, Bispo Rodrigues, Valdemar Costa Neto e Pedro Henry.
O Sindicato dos Agentes Penitenciários negou qualquer sabotagem no presídio, já que eles seriam os maiores prejudicados no caso de rebeliões. A última rebelião na Papuda foi em 2001 e começou com uma briga entre os internos.