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Projetos com combustíveis fósseis perdem financiamento de países em 2022

Medida busca contribuir para frear aumento de 1,5 °C na temperatura global nos próximos 20 anos. Empresas petrolíferas também investem em alta tecnologia na contribuição de uma economia de baixo carbono.

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Debate dominante na COP 26, ocorrida em novembro de 2021, em Glasglow, na Escócia, o uso dos combustíveis fósseis ganhou compromissos praticamente imediatos de 20 países, que declararam, a partir de 2022, não mais financiar esse tipo de energia. As nações e também instituições, incluindo Reino Unido, Canadá, Estados Unidos, Itália, Banco Europeu de Investimento, Indonésia, Espanha, Nepal, Chile, Ucrânia, entre outras, priorizarão a transição para energia limpa. Segundo o relatório do evento, outros 23 países assumiram que eliminarão progressivamente a energia à base de carvão.

Os esforços, embora considerados conservadores, buscam neutralizar o panorama nada animador apontado, ano passado, em outro relatório, do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que é o órgão das Nações Unidas para avaliar a ciência relacionada às mudanças climáticas. De acordo com o IPCC, a temperatura global pode subir 1,5°C nos próximos 20 anos, podendo chegar a 2ºC. E somente reduções imediatas, rápidas e em larga escala nas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) poderão frear essa catástrofe.

O impulsionamento da inovação em energia limpa, assim como o seu fornecimento em larga escala, e o impedimento de vazamentos de metano de operações de combustível fóssil foram apontados no estudo do World Energy Outlook 2021 (WEO-2021) como ações prioritárias para redução rápida das emissões após 2030. Ainda que se discuta uma transição no setor, o estudo aponta que os combustíveis, como óleo, gás e carvão, integrarão a matriz energética até 2050.

Com mais de 30 anos de experiência na cadeia de suprimentos e gerência de engenharia em grandes empresas na área petrolífera, o engenheiro mecânico Cláudio Márcio Vandeli Guanaes endossa o estudo e afirma que, apesar de todos os esforços para aumentar o uso da energia limpa, os combustíveis fósseis continuarão a ter um papel significativo para muito além dessa época. Dentre os exemplos citados estão o suporte às economias de países com menor velocidade de transição, àquelas com incapacidade de mudança, ou ainda por ser o insumo que permitirá a expansão da infraestrutura que se fará necessária para a materialização dessa revolução industrial descarbonizada que se iniciou.

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O especialista aposta na criação de políticas e arcabouços regulatórios nacionais que tragam segurança jurídica, influenciem e permitam a atração de investimentos nessa nova revolução industrial descarbonizada, de tal forma que as tecnologias de transição tenham, o quanto antes, escala e preços mais competitivos do que as alternativas com alta intensidade de emissão de carbono às quais o mundo está acostumado.

“Para termos ambiciosos resultados intermediários de redução nessas emissões de Gases de Efeito Estufa, já em 2030, as empresas de petróleo e gás devem adotar um trabalho sério e educativo e influenciar seus parceiros, clientes e consumidores para que eles também adotem medidas e boas práticas de redução das suas emissões”, disse Guanaes.

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Segundo ele, nessa “preparação”, há um movimento bem claro de investimentos em soluções tangíveis de redução ou remoção dessas emissões da atmosfera como, por exemplo, a captura e estocagem de carbono, o uso de biocombustíveis e hidrogênio, a busca de melhor eficiência energética e a eliminação de fontes de emissão de GEE nas operações de produção, assim como o uso de todo tipo de energia renovável, com as diferentes empresas de petróleo e gás dando focos ligeiramente distintos a este processo de transição de acordo com as características dos seus portfólios atuais.

“As estratégias de transição adotadas pela maioria das empresas de petróleo e gás são todas bem balanceadas, no sentido de que os hidrocarbonetos continuarão a ser essenciais para o nosso estilo de vida moderno e parte fundamental dos negócios dessas empresas. Responsáveis, inclusive, pelo financiamento da execução deste processo de transição, enquanto as alternativas energéticas mais limpas se ajustam e se equilibram aos seus desafios tecnológicos e econômicos no médio e longo prazo”, explicou.

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Nesse sentido, a maior empresa estatal brasileira que atua na exploração e produção de petróleo e seus derivados e de gás natural já anunciou este ano a adoção de novas tecnologias para tornar a produção mais eficiente e sustentável. Por meio de plataformas modernas, será possível aliar alta tecnologia à transição para uma economia global de baixo carbono.

“O movimento de transição para energias geradas de forma mais limpa que as empresas de petróleo e gás estão fazendo hoje reflete a necessidade de um ajuste das suas marcas para com uma nova aspiração coletiva. É a transição energética em movimento, num processo de sobrevivência e adaptação a novos negócios”, completou Guanaes.

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