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Quero pelo menos falar com ela, diz mãe adotiva de criança retirada à força de casa

Garota, de dez anos, foi encontrada na Itália com os pais biológicos

Cidades|Vanessa Beltrão, do R7

Garota, de 10 anos, morou no Brasil durante oito anos
Garota, de 10 anos, morou no Brasil durante oito anos Garota, de 10 anos, morou no Brasil durante oito anos

Imagina você criar uma criança, dar amor e de repente ter ela retirada de seu convívio familiar, sem ter a oportunidade de se despedir e, ainda por cima, ficar quase dois anos sem notícias. Isso aconteceu com a dona de casa Tarcila Gonçalina de Siqueira, mãe adotiva de Ida Verônica Feliz, de dez anos, retirada à força de sua residência em abril de 2013 em Mato Grosso.

A criança foi encontrada nesta semana na cidade de Cassola, na Itália, e estava com os pais biológicos de origem estrangeira: Pablo Milano Escarfulleri (itália) e Elida Isabel Feliz (República Dominicana). Tarcila diz que vai brigar para, pelo menos, ter algum contato com a garota.

— Eu não tenho poder de dinheiro para brigar. De insistir, eu tenho. Se eu não a vê, pelo menos [quero] entrar em contato com ela.

Tarcila comenta que, no momento, a sensação é um misto de tristeza e alegria. E com a preocupação de quem está longe há quase dois anos, desabafa: “Imagina a cabeça dela como é que não está?"

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— Eu estou feliz que ela está viva. Por outra parte, eu não estou perto. Se, pelo menos, eu conversasse com ela, eu estaria muito mais feliz.

Tarcila disse que apenas foi informada pela Polícia Federal que a menina foi encontrada e nada mais. A dona de casa tem a guarda provisória da garota. Como a adoção definitiva nunca foi concluída, Ida não tem cidadania brasileira, o que complica mais ainda a situação. A volta da menina para o Brasil vai depender da autorização das autoridades italianas.

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A mãe diz que não tem medo e que vai lutar até conseguir.

— Eu não tenho medo, sabe por quê? Eu acho que tudo que a gente corre atrás, que a gente vai em frente, consegue.

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Tarcila conta que Ida sabia que era adotada e afirma que nunca deixaria a garota sem contato com os pais biológicos.

— Sempre falei para ela, você tem outra mãe e outro pai... [Ela dizia] a minha mãe é você, você é minha mãe e minha avó... Era uma criança e estava bem cuidada aqui, bem criada e com família. Não era criada com droga ou então, cada dia, estava num lugar.

E crítica a forma como os pais biológicos retiraram a menina à força da sua residência.

— Quando você crescer, você vai poder conhecer eles [pais biológicos] e vovó vai deixar. Eu acho que ela [mãe biológica] devia ter calma e esperar a menina crescer , mas não tirar dessa maneira que ela tirou.

Os pais biológicos de Ida foram presos no Brasil por tráfico de drogas. Pablo Milano Escarfulleri chegou a cumprir três anos da pena no País e depois foi expulso para a Itália. Elida Isabel Feliz estava cumprindo a pena em um presídio de Santa Catarina. Ela acabou tendo um filho na prisão e o menino ficou com uma família substituta. Mas o garoto também foi levado por Elida.

Tarcila ainda conta que chegou a receber ligações dos pais biológicos quando eles estavam fora da prisão, mas eles nunca ameaçaram retirar a menina da casa dela.

— Se falasse, eu iria tomar providências.

A dona de casa diz que hoje à tarde vai procurar a defensoria pública para iniciar as providências legais.

— Pegar e falar para mim:'Você quer ela de volta?' Nossa senhora, de braços abertos...Eu sou pobre mas eu sou digna de trabalhar e continuar a dar o sustento para ela ... Que criação essa mãe vai dar para esse filho? Para mim é o mundo da droga, não tem uma profissão, não sabe cuidar de criança.

O rapto

Em abril de 2013, homens armados chegaram à residência e pediram água. A mãe adotiva Tarcila Gonçalina não estava em casa no momento e Ida se encontrava na residência apenas com a irmã que era maior de idade, filha biológica de Tarcila.

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Segundo o delegado Flávio Stringueta da GCCO (Gerência de Combate ao Crime Organizado) e da Divisão Antissequestro da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, quando a irmã se distraiu, eles sacaram a arma e pegaram a menina que só foi encontrada agora pela Interpol com os pais biológicos. 

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