Em ano de economia difícil, tem um setor que não se queixa: o de turismo. Impulsionadas por uma série de promoções das companhias aéreas, as agências de viagem já comemoram o primeiro semestre. Segundo o presidente da Abav-SP (Associação Brasileira das Agências de Viagem), Francisco Leme, “alguns associados esperam crescimento de 12% até dezembro”. A operadora de turismo CVC, por exemplo, fechou o primeiro trimestre de 2015 com aumento de 11% das vendas e com 15% mais embarques do que no mesmo período do ano passado. A empresa também teve recorde de vendas no mês de janeiro. O diretor de marketing do ViajaNet, Gustavo Mariotto, também comemora os bons resultados. — A gente tem grandes expectativas para este ano. Planejamos bem e a expectativa era muito menor do que estamos colhendo agora. Hoje, estamos com uma margem de segurança bastante tranquila, mesmo que o segundo semestre não seja tão bom quanto esse primeiro. Algumas razões tornaram possível esse resultado. Segundo executivos do setor, a que mais merece destaque foi a guerra de promoções que companhias aéreas nacionais e estrangeiras fizeram no primeiro trimestre. No mercado interno, elas precisavam driblar a ausência de clientes corporativos, que deixaram de viajar com frequência por causa da crise. Para isso, baixaram os preços e conseguiram atrair turistas. Também houve grande participação das companhias aéreas estrangeiras, especialmente as norte-americanas e latinas nesse impulso ao setor de turismo. Essas empresas não quiseram correr o risco de perder passageiros devido à alta do dólar e baixaram os preços, inclusive, tornando o valor médio dos bilhetes menor do que ano passado, quando a moeda estava cotada na casa dos R$ 2,25. Já faz mais de um ano que a Copa do Mundo começou, mas ela também afetou a vida dos turistas. Viajar pelo País durante o Mundial ficou muito mais caro. Muita gente adiou as férias de julho e aproveitou o começo de 2015. O setor de turismo diz que essa demanda reprimida ajudou a aumentar as vendas.Preços de passagens áreas nacionais despencam e brasileiros viajam mesmo com crise O calendário de 2015 também é outro fator que ajudou. Há mais feriadões este ano do que em 2014, o que incentiva muitos turistas a fazerem viagens curtas, muitas vezes dentro do Brasil ou para países vizinhos, como Uruguai, Argentina e Chile. Segundo a CVC, que tem 42 anos de mercado, é possível perceber os brasileiros não deixam de viajar nas férias, mesmo em cenários econômicos difíceis. Para isso, adaptam a viagem ao bolso. Isso inclui diminuir os dias foras de casa, voos em horários alternativos, fazer os passeios por conta própria e outras estratégias. Os últimos números da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) confirmam que mais brasileiros estão viajando. Entre janeiro e maio, foram transportados em voos domésticos e internacionais 42,9 milhões de passageiros: alta de 4,55% em relação ao mesmo período de 2014.Oito dicas para encontrar passagens aéreas mais baratas na internet