O rendimento médio recebido pelas mulheres aumentou 9,8%, entre 2012 e 2018, e alcançou os R$ 1.938. Apesar da alta, a remuneração mensal oferecida ao sexo feminino ainda segue abaixo dos R$ 2.460 pagos aos homens após crescimento de 2,67% na renda deles no mesmo período. De acordo com a PNAD Contínua Rendimento de Todas as Fontes 2018, divulgada nesta quarta-feira (16), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o estudo indica que os rendimentos das mulheres correspondem a 78,8% em relação ao dos homens. Em outras palavras, elas ganham 21,2% menos que eles. Mesmo assim, a alta no rendimento médio mensal das mulheres puxou o avanço de 4,7% no salário recebido por todos os brasileiros no período. De 2012 para 2018, o rendimento mensal da população fruto de todos os trabalhos subiu de R$ 2.133 para R$ 2.234. Leia também: Desigualdade no Brasil atinge maior nível desde 2012 No ano passado, o mercado de trabalho brasileiro era formado por 90,1 milhões de pessoas com 14 anos ou mais — contra 86,1 milhões em 2012. Do total, mais da metade (56,7%) era homem, resultado repetido em todas as regiões brasileiras — embora as mulheres sejam maioria da população brasileira geral (52,7%). Na região Norte, a estimativa para as mulheres que trabalhavam não chegava a 40%. Ao mesmo tempo, o Sudeste figura com a maior participação feminina na ocupação (44,6%). Na comparação com 2012, o Nordeste teve o maior avanço do percentual de mulheres ocupadas, passando de 39,8% para 42,1% em seis anos.Raça A análise da pesquisa por raça aponta que o rendimento médio mensal real de todos os trabalhos das pessoas brancas era de R$ 2.897 no ano passado e superava a renda distribuída para as pessoas pardas (R$ 1.659) e pretas (R$ 1.636), termo usado pelo próprio IBGE. De acordo com o estudo, as pessoas de cor branca apresentaram rendimentos 29,7% superiores à média nacional, que é de R$ 2.234. Ao mesmo tempo, os pretos e pardos faturaram valores inferiores ao montante.Leia mais: Quase 25% das famílias vive com menos de 2 salários mínimos Em 2018, os brancos representavam 45,2% da população ocupada em território nacional. Os pardos somavam 43,5% e os pretos, 10,1%. Na comparação com 2012, o percentual de ocupados de cor branca caiu 3,7 pontos percentuais. Por outro lado, as populações de cor preta e parda no mercado de trabalho cresceram, respectivamente, 2 e 1,3 ponto percentual.Nível de Instrução Quando a análise envolve o nível de instrução do profissional, o levantamento revela que as pessoas com ensino fundamental completo tiveram rendimento médio de R$ 1.436 no ano passado, valor 67,8% maior em relação ao recebido pelos que não possuíam instrução. Já os 20,3% com ensino superior completo faturaram, em média, R$ 4.997 mensais em 2018. O montante é três vezes maior que o daqueles que tinham somente o ensino médio completo e cerca de seis vezes o daqueles sem instrução. “O nível de instrução foi um indicador importante na determinação do rendimento médio mensal real de todos os trabalhos, apresentando uma relação positiva, ou seja: quanto maior o nível de instrução alcançado, maior o rendimento”, avalia o IBGE.