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'Aldeia fantasma' no Reino Unido, que foi esvaziada em 1943, pode realizar o último funeral do local

Ray Nash foi forçado a sair de Imber com a família e desejava ser enterrado na vila ao lado do pai, que morreu em 1936

Internacional|Maria Cunha*, do R7

A vila de Imber, em Wiltshire, no Reino Unido, foi esvaziada durante a 2ª Guerra Mundial
A vila de Imber, em Wiltshire, no Reino Unido, foi esvaziada durante a 2ª Guerra Mundial A vila de Imber, em Wiltshire, no Reino Unido, foi esvaziada durante a 2ª Guerra Mundial

Uma "aldeia fantasma" esvaziada e fechada em dezembro de 1943 terá um de seus últimos funerais — para um aposentado que viveu lá quando menino.

A vila de Imber, em Wiltshire, no Reino Unido, foi liberada pelas forças aliadas durante a 2ª Guerra Mundial para abrir caminho aos exercícios de treinamento para o Dia D.

Posteriormente, os aldeões tiveram o pedido de permissão negado para retornar ao local, que continua fazendo parte da Área de Treinamento da Planície de Salisbury (SPTA, na sigla em inglês) do Exército.

Desde então, a aldeia só foi aberta a visitantes algumas vezes por ano e, para ser enterrado lá, é necessária a permissão do Ministério da Defesa, além da comprovação de que a pessoa morou por lá.

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Esse é o caso de Ray Nash, um ex-mecânico da Royal Electrical and Mechanical Engineers, que morreu aos 87 anos, e que será lembrado por ser um dos últimos funerais de Imber, marcado para o dia 5 de janeiro de 2023.

O filho dele, Kelvin Nash, de 63 anos, disse ao Daily Mail que Ray sempre quis ser enterrado ao lado do pai — que morreu em 1936, quando o aposentado tinha apenas 1 ano — na aldeia.

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Após a morte do pai, Ray deixou a vila com a mãe e, apesar de mal se lembrar do tempo que passou por lá, sempre se sentiu atraído pelo lugar e por isso visitava Imber todos os anos.

Kelvin acredita que o pai será uma das últimas pessoas a serem enterradas na aldeia – senão a última, dado o tempo decorrido.

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"Acho que o último funeral foi há cerca de dez anos, então, com o passar do tempo, ele pode ser a última pessoa a ser enterrada lá", diz o herdeiro de Ray. “O bom é que, desde a morte dele, até redescobrimos uma prima minha de terceiro grau que me contatou para ir ao funeral — ela mora a apenas 8 quilômetros da vila."

O filho do aposentado conta ainda que o processo de organizar o funeral foi muito mais fácil do que imaginava.

"Um homem que se ofereceu por 17 anos para cuidar da aldeia foi quem resolveu tudo para nós. No dia, teremos que ser escoltados pelo Exército até a aldeia, então, estamos levando todos os cerca de cem participantes do funeral de ônibus."

O funeral de Ray acontecerá na Igreja de St. Giles, local que permanece em pleno funcionamento e que, em 2008, passou por uma restauração de 300 mil libras esterlinas (cerca de R$ 1,9 milhão) como parte de um projeto do Churches Conservation Trust.

*Estagiária do R7, sob supervisão de Fabíola Glenia

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