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Argentinos votam em eleições parlamentares neste domingo 

Pleito é crucial para o governo de Alberto Fernández, ameaçado pelo revés das primárias de setembro 

Internacional|Do R7

O presidente argentino Alberto Fernandez é projetado em uma tela durante um comício
O presidente argentino Alberto Fernandez é projetado em uma tela durante um comício

Os argentinos vão às urnas neste domingo (13) para as eleições parlamentares de meio de mandato, cruciais para o governo peronista de centro-esquerda de Alberto Fernández, ameaçado pelo revés das primárias de setembro e que busca salvar a governança para os próximos dois anos de mandato.

Cerca de 34,3 milhões de pessoas têm direito a votar nessas eleições, cujos resultados oficiais serão divulgados a partir das 21h locais, três horas após o encerramento das assembleias de voto.

Mais uma vez, o que acontece na populosa periferia de Buenos Aires será fundamental, local com quase 40% do rol eleitoral e histórico reduto peronista. A capital e outras grandes cidades estão nas mãos da oposição. Entre as cadeiras da Câmara dos Deputados, 127 das 257 serão renovadas.

A disputa mais arriscada para o governo será no Senado, presidido pela influente vice-presidente Cristina Kirchner, onde 24 das 72 cadeiras serão renovadas.


Após vencer as eleições presidenciais de 2019 no primeiro turno, Fernández teve uma Câmara Alta favorável, com maioria de 41 senadores, ante as 25 cadeiras da coalizão de centro-direita Juntos, do ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019), a principal oposição. Essa maioria está em disputa com a substituição de senadores em oito províncias.

Sindicatos e FMI

Consideradas uma espécie de grande votação em todo o país, as primárias de setembro desferiram um golpe na governista Frente de Todos (FDT, peronismo de centro-esquerda), que obteve 33% dos votos em nível nacional, ante 37% da coalizão Juntos.


Após essas eleições e reprovações públicas de Kirchner, Alberto Fernández renovou parte de seu gabinete e relançou seu governo. Mas as pesquisas não mostram grandes mudanças na intenção de voto com relação às primarias.

Assim, Fernández busca focar o dia seguinte às eleições e a garantia da governabilidade para os próximos dois anos de mandato, enquanto todos os candidatos já se encaminham para as eleições presidenciais de 2023.


Nesse contexto, organizações sindicais e sociais convocaram uma marcha de apoio ao governo para a quarta-feira, 17 de novembro.

Nas últimas semanas, o governo promoveu medidas econômicas urgentes e controle de preços, para se manter ativo diante da inflação galopante, que acumulou 41,8% entre janeiro e outubro, uma das mais altas do mundo.

Fernández também endureceu seu discurso em relação ao Fundo Monetário Internacional (FMI), com o qual a Argentina busca obter um acordo de ampliação de facilidades que substitua o crédito stand-by de 2018 por U$ 44 bilhões.

“Também estamos tendo que resolver a dívida que nos deixaram com o Fundo Monetário Internacional, claro que temos que resolver. Mas não vou resolver em cinco minutos porque quem resolve esse problema em cinco minutos é porque concordou com o fundo em tudo o que pede, e eu dou o motivo: não dou ao fundo”, exclamou Fernández no encerramento da campanha.

Caso não chegue a um novo acordo, a Argentina deverá pagar ao FMI em 2022 mais de U$ 19 bilhões e, em 2023, o mesmo valor.

Mais à direita e mais à esquerda

As eleições ocorrem no momento em que a terceira economia latino-americana está emergindo da última recessão, que começou em 2018 e se aprofundou com um colapso de 9,9% do PIB em 2019 devido à pandemia.

A queda das infecções por coronavírus nas últimas semanas e o avanço do programa de vacinação – com mais de 60% da população com esquema completo e outros 20% com a primeira dose – possibilitam a reabertura das atividades e a promoção da reativação.

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Mas o crescimento de 9% do PIB previsto para este ano apenas leva a situação de volta ao início do governo Fernández, quando a Argentina já acumulava dois anos de recessão.

O mau humor social permitiu o avanço de Javier Milei, candidato de uma nova ultradireita, que agrega simpatia na capital argentina, com um discurso ultraliberal que injuria o Estado e o que chama de "casta política".

"As ideias que Milei expressa são aquelas que sempre expressei", Macri lançou para reconquistar seus eleitores de direita.

Enquanto isso, o kirchnerismo tenta evitar a fuga de votos para a esquerda, quando uma frente trotskista alcançou os melhores resultados de sua história nas primárias, com mais de 5% dos votos.

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