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Brasileiro que obteve Green Card mudou de vida em menos de um ano. "Vim para os EUA meio na loucura"

Ele descobriu que seu currículo seria determinante para que o país lhe concedesse o visto

Internacional|Eugenio Goussinsky, do R7

Luiz Henrique Caseiro conseguiu o Green Card para a família
Luiz Henrique Caseiro conseguiu o Green Card para a família Luiz Henrique Caseiro conseguiu o Green Card para a família

Com um emprego e algumas posses, em São Paulo, o administrador de empresas Luiz Henrique Caseiro, 48 anos, vivia incomodado com a situação do Brasil, onde nasceu. Instabilidade política, violência, que era uma ameaça à sua vida confortável mas intranquila no Morumbi, pareciam levá-lo para uma rotina sem perspectivas.

Mal sabia ele que, por causa de seu currículo, já poderia ter se tornado um imigrante legal nos Estados Unidos. Acontece que a palavra Green Card era algo tão distante quanto a lua. Como é encarada por muitos, a obtenção do visto era considerado algo muito difícil, para não dizer impossível.

E continuou com essa aparência, pelo menos no início de uma viagem para os EUA (Estados Unidos), em que Caseiro foi com a mulher, Paula (48), e os filhos, Felipe (18) e Gustavo (16), amparado por um visto de estudante, em meados de 2014. A esposa era a titular do visto, já que iria fazer um curso de inglês. Mas o que estava mudando, a partir de então, era o curso da vida de toda a família, conforme conta Caseiro.

— Vim meio na loucura. No Brasil pensei que lá nos EUA eu iria ver o que vai fazer. Quando cheguei, procurei meios de mudar o status de uma maneira que poderia ficar mais parecida com a do americano. Eu já tinha comprado o posto de gasolina nos Estados Unidos quando me mudei para a Flórida. Mas não poderia trabalhar com visto de estudante.

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A situação começou a ficar preocupante. O tempo estava passando e ele não encontrava soluções. Veio à mente a velha frase de um amigo: "O brasileiro sai do Brasil como faixa preta e entra nos Estados Unidos como faixa branca."

— Pensava em alternativas para ficar, mas o caminho começou a ficar apertado, começamos a ver que não era tão simples ter um Green Card sem ter preparado muito bem o terreno antes. É um momento em que a gente aprende muito, é difícil. Estamos longe de parentes, de amigos próximos, em outro país. O brasileiro acaba se modificando um pouco aqui, vivencia muito mais a família. A célula de tudo é a sua casa, o tempo todo, e isso acaba unindo mais.

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Um golpe do destino o colocou em contato com um consultor especializado em imigração. Também brasileiro, mas com conhecimento do mercado americano, o profissional logo buscou saber o currículo de Caseiro. E percebeu que ele tinha todas as condições de obter um Green Card, que naturalmente foi estendido para a família, já que os filhos ainda não tinham 21 anos.

— Ele me indicou um caminho por meio da atividade que exerci no Brail, com prêmios e reconhecimento no mercado em que atuava. Trabalhei de trade marketing e gerência comercial, na Coca-Cola, com mais de 10 anos gerenciando funcionários de nível superior. Ele viu a possiblidade de eu ser um profissional interessante para os Estados Unidos. Defendemos essa tese e ela foi aprovada, não diria com facilidade, mas com certa segurança.

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Cidade maravilhosa

Atualmente, Caseiro mora na cidade de Weston, a 30 km de Miami, e está mais do que satisfeito com a qualidade de vida. Com ruas amplas, muitas árvores, serviços de todos os tipos, o local se tornou um cenário que antes parecia irreal para ele. Mas, se antes de obter o Green Card, em outubro último, ele não podia deixar o país porque não teria como voltar, tudo ficou mais fácil com o visto.

— Todo o processo de obtenção do Green Card demorou 10 meses. Minha vida mudou muito. A cidade é maravilhosa. Tem pelo menos oito escolas públicas de excelente nível, do tipo que não se encontra no Brasil nem pagando. Meu filho mais velho está na faculdade e metade da mensalidade é financiada pelo governo, com reembolso posterior facilitado. Os Estados Unidos são o país da oportunidade. Com o visto de residência você ganha acesso a tudo isso e, de tanta oportunidade, tem de tomar cuidado para não fazer besteira. Uma pessoa da classe média, por exemplo, tem todas as condições de comprar um bom carro e uma boa casa.

Dono de um posto de gasolina e de uma Baby Care (escola para crianças entre 0 e sete anos), ele tem noção de que dificilmente seus filhos voltarão a morar no Brasil. Gustavo até joga futebol no time de Plantation, uma cidade próxima, o que pode facilitar sua entrada na faculdade. Mas a sensação, agora, é de realização. Com essa vivência, Caseiro diz que busca sempre se colocar na situação de brasileiros recém-chegados, muitas vezes tentando ajudá-los. E tem a certeza de que ser ilegal é uma opção cruel.

— O ilegal não é nada em termos de cidadania. Não tem acesso, é dificil demais. Ele está em uma briga desigual. Tudo que é ilegal não é bom, entra em um submundo e é complicado. Vejo muitas pessoas, boas, honestas, com nível superior completo, em subempregos porque estão ilegais. Não conseguem mudar de status e não querem sair de jeito nenhum, porque, quando se é " picado pela mosca", não vem o desejo de voltar. Mas tudo fica sendo uma ilusão.

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O próximo passo de Caseiro é, daqui a pouco mais de quatro anos, buscar a cidadania americana, que o Green Card possibilita. Neste caso, ele terá tripla cidadania, já que também é cidadão português e brasileiro.

Nada mau para um ex-aluno da PUC (Pontifícia Universidade Católica), pós-graduado pelo Instituto Trevisan que, diante do espelho, não tinha a percepção de onde poderia chegar. O Green Card neste sentido refletiu o que Caseiro não percebia tanto. Agora, vendo o que plantou ser semeado nos Estados Unidos, além do alívio, vem o orgulho. Afinal, ele trabalhou para isso.

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