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Em eleição apertada, participação de jovens pode definir presidente

"Geração milênio” representa 23,1% da população total do eleitorado

Internacional|Do R7*

Nascido na Austrália, Samuel voltou com os pais para os Estados Unidos com poucos meses de vida. A partir daí, viveu uma típica vida norte-americana: escola, amigos, esportes e universidade. Aos 20 anos, ele vai participar pela primeira vez de uma eleição nesta terça-feira (6), com apoio declarado ao atual presidente, o democrata Barack Obama, com quem diz “compartilhar muitas opiniões”.

Samuel Peter Salvesen é o retrato de um grupo chamado “Millennials” (“Geração Milênio”, em tradução livre), formado por eleitores entre 18 e 30 anos, cuja maioria se considera democrata e apoia Obama.

O grupo representa quase 50 milhões de pessoas (ou 23,1% do eleitorado), segundo relatório divulgado pelo Departamento de Estado dos EUA em agosto deste ano. Com ideais mais liberais, como apoio ao casamento gay (ver mais no infográfico abaixo), o grupo é fundamental para a reeleição de Obama.

Empatados nas pesquisas, Obama e Romney se concentram em Estados estratégicos


Katy Perry usa minivestido com lema da campanha de Obama

Candidato pode receber 54% dos votos e não ser eleito


Salvesen é estudante e trabalha em um restaurante na cidade de Chapel Hill, na Carolina do Norte, um dos Estados considerados “indecisos” e disputado voto a voto pelo democrata e por seu rival, o republicano Mitt Romney. O candidato que vencer no Estado ganha os 15 delegados locais, quantidade significativa no resultado final, já que a corrida eleitoral de 2012 é uma das mais apertadas dos últimos tempos.

Uma das propostas de Obama apoiadas por Salvesen é a polêmica mudança no sistema de saúde, que pretende ampliar o atendimento aos cidadãos beneficiados pelo Medicare — programa de saúde administrado pelo governo desde 1965 — e implantar o chamado “Obamacare” (PPACA, na sigla em inglês), com um plano básico de saúde subsidiado pelo governo.


— Obama tornou possível que eu permaneça no plano de saúde dos meus pais até completar 26 anos, o que é ótimo. Romney quer acabar com essa possibilidade.

Quando Obama assumiu o cargo, em 2008, mais de 50,6 milhões de cidadãos norte-americanos não tinham plano de saúde, segundo o censo oficial. Dois anos depois, a taxa havia abaixado para 49,9 milhões. Para Salvesen, a quantidade de pessoas sem acesso à saúde no país é “inaceitável”.

Além dos cortes na saúde propostos por Romney, Salvesen também diz que tem receio da política externa do republicano, que classifica como “muito agressiva”.

— Me preocupo que haja um corte nos impostos para pessoas erradas e que ele crie uma imagem horrível dos EUA numa perspectiva internacional.

Apesar de formar quase um quarto do eleitorado, Obama tem uma grande obstáculo para conseguir o voto dos jovens: a alta taxa de abstenção. Nas eleições presidenciais de 2008, 48,5% dos eleitores da “Geração Milênio” ficaram em casa.

Isso significa que pouco mais de 24 milhões de jovens foram às urnas, em um universo de mais de 110 milhões de votos naquele ano.

Temendo alta abstenção de todo eleitorado, o atual presidente passou o fim de semana convocando a população para ir às urnas.

Caso Obama consiga se reeleger, Salvesen tem expectativas que o democrata “continue fazendo um bom trabalho”.

—Apesar das difíceis tarefas que ele enfrenta, acredito que ele é a melhor pessoa para levar nossa economia de volta a um nível estável.

* Giovanna Arruda, estagiária do R7

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