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Enriquecimento de urânio: Entenda qual a importância e como é feito

Recurso enriquecido a 20% é utilizado atualmente para geração de energia e fabricação de propulsores para submarinos

Internacional|Sofia Pilagallo, do R7*

Centrífugas utilizadas para enquecimento de urânio em uma usina nuclear dos Estados Unidos
Centrífugas utilizadas para enquecimento de urânio em uma usina nuclear dos Estados Unidos Centrífugas utilizadas para enquecimento de urânio em uma usina nuclear dos Estados Unidos

O Irã anunciou na última segunda-feira (4) que voltou a enriquecer Urânio a 20%, violando o acordo nuclear firmado em 2015 com outras potências mundiais.

Segundo o professor Aquilino Senra, do departamento de energia nuclear da Escola Politécnica da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o urânio enriquecido a essa concentração é produzido atualmente por 12 países, entre eles o Brasil.

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As duas principais finalidades do urânio nessa condiação são geração de energia e fabricação de propulsores para submarinos. Algumas nações fazem ainda pesquisas científicas para o desenvolvimento de radiofármacos para aplicação na medicina.

A grande questão é que ao enriquecer o urânio a 90% também é possível fabricar bombas nucleares. Por esse motivo há uma rígida fiscalização da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) para evitar que não ocorra o desvio desse recurso.

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O que é enriquecimento de urânio e como se dá este processo?

De acordo com Senra, o enriquecimento de urânio nada mais é do que aumentar a capacidade energética do urânio natural.

Para isso, é preciso aumentar a concentração do urânio 235, que efetivamente gera as fissões nucleares e resultam na energia que é produzida nos reatores, em meio ao urânio 238.

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"O urânio vem na natureza com um percentual de 0,7% de urânio 235, o que é muito baixo. Se você colocar a substância em um reator, praticamente não se sustenta, então há a necessidade de elevar este percentual entre 3,8% e 5% dentro da atmosfera do urânio natural", explica.

"Podemos comparar este processo com o aumento da potência da gasolina por exemplo. Quando a gasolina aditivada é adicionada a gasolina comum, ela se torna mais potente. O mesmo vale para o urânio enriquecido", completa.

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Uma vez extraídos os diferentes tipos de urânio, as substâncias são trituradas, fragmentadas e passam por diferentes processos químicos para se extrair o que é chamado no jargão técnico de concentrado de urânio ou yellow cake (em português, bolo amarelo), uma espécie de pasta.

"Com o objetivo de facilitar o processo de centrifugação, que consite em separar um urânio do outro, a substância é transformada em um gás chamado hexafluoreto de urânio e levado a milhares de centrífugas que trabalham em uma velocidade supersônica durante dias a fio", afirma.

Por fim, o gás é convertido novamente em um pó denominado dióxido de urânio, a partir do qual são produzidas pastilhas que são encapsuladas nos elementos combustíveis e posteriormente transportadas para os reatores nucleares.

O processo tem um alto custo financeiro e cresce exponencialmente com o índice de enriquecimento. Por isso, a a maioria das bombas nucleares hoje em dia são feitas a partir de plutônio.

*Estagiária do R7 sob supervisão de Pablo Marques

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