A ONU acusou nesta quinta-feira (26) o Irã de ter no corredor da morte 160 jovens que foram condenados à pena de morte quando eram menores de idade, assim como de proceder a execuções sentenciadas ao final de julgamentos nos quais foram violados os princípios mínimos de justiça. A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, pediu às autoridades iranianas para impedir a iminente execução de uma jovem acusada de assassinar, quando tinha 17 anos, seu marido, com quem foi casada aos 14 anos, de quem teve um filho aos 15 e que a violentava. "A execução iminente de Razieh Ebrahimi revela novamente o uso inaceitável da pena de morte contra criminosos juvenis no Irã", declarou.No Irã, mãe da vítima tira na última hora assassino da forca em emocionante ato de perdãoTrês iranianos são presos por cantar e dançar em vídeo para a Copa do MundoPena de morte é banida em dois novos países a cada ano Sustentou que, independentemente das circunstâncias do crime, a aplicação da pena capital a pessoas acusadas de crimes cometidos antes dos 18 anos é proibida pelas leis internacionais de direitos humanos. O Irã viola, além disso, o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, assim como a Convenção sobre os Direitos da Criança, que referendou e está obrigado a cumprir, indicou. Como antecedentes dessa situação, Pillay mencionou também o caso de Jannat Mir, um menino afegão de 17 anos que foi enviado a uma prisão da região central do Irã, por crimes de drogas. Isso, após ter sido condenado à morte sem ter tido acesso a um advogado ou aos serviços consulares de seu país. A ONU recebeu informações referentes a outros cinco jovens afegãos executados em circunstâncias parecidas. Este ano, a ONU estima — de forma conservadora — que mais de 250 pessoas tenham sido executadas no Irã, enquanto diversas fontes relacionadas à proteção dos direitos humanos citam números muito mais elevados. A maioria de sentenças teve relação com crimes por drogas. No ano passado, no país islâmico aplicou a pena capital a 500 pessoas, 57 de forma pública. A alta comissária também condenou a execução de pelo menos seis prisioneiros políticos e afirmou que outros quatro estão em risco iminente de seguir o mesmo caminho. Mais de 20 países ainda usam a pena de morteMulheres vão para corredor da morte por "crimes" sexuais