Sêmen e sangue são encontrados na casa de suspeito de matar brasileira na Argentina
Novas evidências mostram que o empresário mentiu ao negar que teve relações sexuais com Emmily Rodrigues
Internacional|Larissa Crippa*, do R7
Sangue e sêmen foram encontrados em 25 amostras coletadas em camisinhas, lençóis, enchimentos e até mesmo no corset usado por Emmily Rodrigues na noite em que morreu, há quase três meses, após ter caído de uma janela do apartamento do empresário Francisco Sáenz Valiente, em um prédio em Retiro, Buenos Aires.
Segundo o jornal argentino Clarín, essas evidências fortalecem a hipótese de que o empresário mentiu ao negar que teve relações sexuais com a jovem e o comprometem, com a possibilidade de que tenha ocorrido um estupro.
Os resultados foram relatados em um laudo pericial da Divisão de Análises Físicas, Químicas e Industriais da Superintendência de Polícia Científica da Polícia da Cidade, já incorporado ao caso, instruído pelo promotor da Justiça Criminal e Correcional 10, Santiago Vismara.
Sangue humano foi detectado em seis amostras: três em um lençol bordado, uma em uma fronha, uma na parte externa de uma camisinha, e a última, catalogada como "143-E" e mais importante para a denúncia, estava no corset rosa que Emmily usava naquela noite e que foi encontrado no apartamento, já que a jovem caiu nua.
O sêmen foi detectado em 19 amostras: oito em embalagens internas, externas ou camisinhas, três em um enchimento bege, uma em um enchimento azul, três em um lençol bordado, duas em uma fronha, uma em um cotonete e uma em uma toalha.
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O empresário investigado, que ficou detido por 20 dias até que o juiz do caso o considerasse sem mérito, tinha mordidas e arranhões que, segundo ele, Emmily causou durante um surto psicótico devido ao uso de drogas. Ele conta que lutou com a brasileira para tentar impedi-la de se jogar do prédio.
O advogado responsável pelo caso, Ignacio Trimarco, explicou que, com esses resultados, será feito um exame genético para saber se o sêmen é de Sáenz Valiente ou de outras pessoas e se o sangue é de Emmily.
Paralelamente, a denúncia apresentou ontem um pedido para que os especialistas em informática da Gendarmeria Nacional analisassem o celular de Emmily, um iPhone 14, que até o momento os investigadores não conseguiram acessar.
O caso que investiga se a morte de Emmily foi um feminicídio ou um suicídio decorrente de um surto psicótico, por causa do abuso de drogas, aguarda uma definição da Câmara 6 da Corte Nacional de Apelações em Assuntos Criminais e Correcionais.
Em uma audiência realizada em 22 de maio, dois promotores e a denúncia solicitaram às câmaras que Sáenz Valiente seja preso novamente. A investigação continua.
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