Soldados torturaram e obrigaram civis a cometer canibalismo no Sudão do Sul, diz União Africana
Relatório do grupo diz ainda que valas comuns foram encontradas no país
Internacional|Do R7
Um relatório produzido por investigadores da União Africana — espécie de União Europeia da África — diz que crimes bárbaros foram cometidos pelo Exército do Sudão do Sul contra civis, incluindo o canibalismo forçado. Segundo informações do jornal The Independent, o texto divulgado na terça-feira (27) também afirma que valas coletivas para enterrar as vítimas foram abertas no país.
O Sudão do Sul se tornou um Estado independente do Sudão em 2011, após duas sangrentas guerras civis.
Atualmente, o país vive um novo conflito, gerado a partir das disputas de poder entre o presidente do país, Salva Kiir, e seu ex-vice-presidente, Riek Machar, que acabaram se transformando em uma guerra étnica.
O novo relatório contesta que houve uma tentativa de golpe de Estado em dezembro de 2013 planejado por Machar.
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As investigações da União Africana foram lideradas pelo ex-presidente nigeriano Olusegun Obasanjo. Também foi descoberto que o conflito começou com uma desavença entre os membros da guarda presidencial na capital, Juba. O incidente foi seguido por assassinatos supostamente organizados pelo governo de civis e soldados da etnia Nuer, a mesma do ex-vice-presidente Machar.
O presidente do Sudão do Sul, Salva Kiirk, é da etnia Dinka. Ainda de acordo com o relatório, centenas de homens da etnia Nuer foram caçados e assassinados a tiros. O relatório afirma que os autores dos crimes torturaram suas vítimas, inclusive forçando-os a comer carne humana.
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