Sudanesa perdoada de pena de morte será libertada de delegacia, diz advogado
Livre da pena por se tornar cristã, mulher foi presa acusada de portar documentos falsos
Internacional|Do R7
A cristã sudanesa Meriam Yahia Ibrahim Ishag, que havia sido condenada à morte por apostasia e depois indultada, mas que foi detida novamente na quarta-feira (25) quando tentava deixar o país, será libertada, segundo seu advogado.
As autoridades sudanesas acusam Meriam Yahia Ibrahim Ishag de ter apresentado documentos falsos e de ter fornecido informações erradas quando tentava deixar o país na terça-feira com o seu marido, seu filho de 20 meses e sua bebê que nasceu na prisão.
"O delegado decidiu deixar que voltasse para casa", declarou à AFP Mohanad Mustafa.
EUA pressionam Sudão para que condenada à morte possa deixar país
Conheça os países com maiores índices de perseguição religiosa
Os advogados da mulher tentam agora encontrar quem possa garantir que ela compareça ao tribunal caso seja convocada novamente.
"Procuramos várias pessoas, mas nenhuma aceitou", disse Mustafa, acrescentando que por isso sua cliente segue presa na delegacia de Cartum.
O caso dessa jovem mulher de 26 anos revelou o problema da liberdade de culto no Sudão, e sua condenação à morte em 15 de maio provocou indignação dos governos ocidentais e de grupos de defesa dos direitos Humanos.
Filha de um muçulmano, Ishag foi condenada pela lei islâmica que proíbe as conversões, depois de ter se casado com um cristão.
Ela também foi condenada a cem chicotadas por adultério, já que, segundo a interpretação sudanesa da sharia, as uniões entre uma muçulmana e um não-muçulmano são consideradas traição conjugal.