O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira (13) que se reunirá com os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping, durante a cúpula do G20 que será realizada no fim de junho no Japão. O anúncio da reunião com Xi foi feito em um momento de forte tensão entre os dois países após Trump aumentar na sexta-feira as tarifas sobre a importação de milhares de produtos chineses, uma medida respondida na mesma moeda pelo governo de Xi hoje. "Vamos nos reunir no G20 no Japão e essa provavelmente será uma reunião muito frutífera", afirmou Trump durante um encontro na Casa Branca com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán. "Também me reunirei com o presidente Putin", acrescentou Trump. O encontro entre Trump e Putin será o primeiro entre eles após quase um ano. A última reunião entre os presidentes dos EUA e da Rússia ocorreu durante uma cúpula organizada em Helsinque, na Finlândia, em julho do ano passado. No fim de 2018, Trump cancelou um encontro com Putin devido à captura de 24 integrantes da Marinha da Ucrânia por parte da Guarda Costeira da Rússia no Mar Negro. Em dezembro, porém, os dois se reuniram brevemente durante a cúpula do G20 em Buenos Aires. Os ucranianos continuam presos na Rússia. A Casa Branca não esclareceu porque decidiu programar outra reunião com Putin se a questão que impediu o encontro anterior ainda não foi resolvida. A agenda entre os dois presidentes ganhou mais um tópico nos últimos meses: a crise da Venezuela. Trump e Putin conversaram sobre o assunto recentemente, pouco depois do fracassado levante militar liderado por Juan Guaidó, autoproclamado presidente do país e aliado dos EUA, contra Nicolás Maduro, apoiado pela Rússia. Após a ligação, Trump contradisse várias figuras do alto escalão do governo americano, que criticaram duramente a Rússia, e disse que Putin não tem interesse em se envolver na crise da Venezuela. Os dois também conversaram sobre a possibilidade de fechar um acordo trilateral com a China sobre os arsenais nucleares dos três países. A expectativa é que as negociações sobre o pacto sejam aprofundadas durante o encontro previsto para ocorrer no Japão. Quanto a Xi, Trump está há meses sugerindo uma reunião com o presidente da China para fechar um acordo para resolver a guerra comercial entre os dois países, mas as negociações desandaram. Trump, então, determinou um aumento para 25% das tarifas cobradas sobre a importação de US$ 200 bilhões em produtos chineses. E ordenou a abertura do processo para taxar outros US$ 300 bilhões em compras do país asiático, o que cobriria praticamente todas as exportações da China para os Estados Unidos. Tudo indica, no entanto, que Trump usará as ameaças para pressionar a China e poder fechar um acordo comercial durante a reunião com Xi no Japão.