Parte dos quase 5 milhões de foliões aguardados para o Carnaval 2023 de Belo Horizonte terá jornada dupla: durante o dia, blocos de rua. Durante a noite, eventos privados com shows de artistas de diferentes estilos e de projeção nacional e internacional. A AMEE (Associação Mineira de Eventos e Entretenimento) calcula que o número de festas fechadas durante a folia da cidade dobrou em relação ao último carnaval, realizado em 2020. A movimentação do setor fez nascer a sensação de que a cidade hospeda simultaneamente grandes festivais musicais. Entre as dezenas de festas, ao menos 30 artistas que estão entre os principais do país vão marcar presença na capital mineira. Ivete Sangalo, João Gomes, Matheus e Kauan, Samuel Rosa, e Ludmilla são apenas alguns nomes. "Belo Horizonte tomou o lugar de muitas capitais que eram tradicionais no Carnaval brasileiro. Muita gente que ia para Salvador, Recife e outras cidades passaram a vir para BH", comenta Rodrigo Marques, presidente da AMEE. O presidente da associação estima que apenas as fechadas, tanto de pequeno, médio e grande porte, devem receber 300 mil pessoas. A expectativa do setor é de movimentar R$ 1 bilhão. "A virada de chave foi geral em Belo Horizonte. Antigamente, você andava tranquilo pelas ruas da cidade durante o Carnaval. Agora, a cidade fica lotada, com os hotéis cheios. O surgimento destes eventos acabou afetando o interior. Algumas festas que eram tradicionais acabaram morrendo, porque o público passou a vir para cá", comenta Marques. O Carnaval do Mirante é uma das maiores festas da temporada. Com estilo de festival, o evento terá no lineup Wesley Safadão, Pedro Sampaio, Duda Beat e Léo Santana e diversos outros nomes que disputam o topo das paradas musicais. "A gente está conseguindo mostrar que Belo Horizonte é destino turístico para Carnaval. Temos público de vários estados. Mais de 45% do nosso público é de fora da região metropolitana de Belo Horizonte", conta Carlos Magno, sócio da Box, produtora responsável pelo Carnaval do Mirante. O empresário de 33 anos e os sócios viram na folia uma oportunidade de expandir os negócios. Além do Mirante, o grupo promove outros quatro eventos de carnaval para públicos distintos com programação e valores diversos. "Eu busco referências no mundo todo para trazer novidades para público e inovar nas experiências que oferecemos", conta o empreendedor que se define como cientista de eventos. "Nós entendemos que o Carnaval privado é complementar ao de rua. O de rua é a base. Usando as palavras do presidente da Belotur, o privado é bom porque complementa o das ruas que acaba cedo por causa da lei do silêncio", conclui.