A Justiça mineira concedeu liminar favorável a um dos cerca de 400 noivos lesados pelo bufê Tereza Cavalcanti, que declarou falência na última quarta-feira (14), e bloqueou R$ 6.000 da conta de Simone Pereira Passos, uma das sócias da empresa. No despacho, emitido ontem (15) o magistrado determina o "imediato bloqueio em favor deste juízo, do valor de R$ 6.000". O juiz estipulou ainda prazo de 30 dias para que a medida entre em vigor e recomendou ainda que o mandado seja cumprido "com urgência". A ação foi movida por uma das clientes, identificada como Vanessa Souza Pinto, por meio do advogado Bernardo Simões Coelho, do escritório Campos e Campos Advogados Associados. O defensor explica que a principal preocupação neste momento deve ser o bloqueio de bens e valores dos proprietários do estabelecimento, única forma de evitar que os envolvidos se desfaçam do patrimônio disponível. — A gente já entrou de início para bloquar bens e valores destes sócios para garantir que haverá dinheiro quando formos cobrar estes contratos. Coelho conta ainda que o casamento de Vanessa e de Alexandre Scotti estava marcado para o mês que vem. Os dois fecharam o contrato com o bufê dois dias antes de o local declarar falência. Para o advogado, a situação caracteriza a "má-fé" dos donos. — Ela já sabia que isso ia fechar e ainda pediu para que ele depositasse o dinheiro na conta pessoal dela. A empresária Terezinha Neves Pereira Cavalcanti e os filhos Simone Pereira Passos e Luiz Fernando Cavalcanti não são vistos há dois dias. Eles mantinham 150 funcionários em três unidades do bufê, nos bairros Santa Amélia e Santa Teresinha, na Pampulha, e no Belvedere, na região centro-sul de BH. A Polícia Militar foi acionada e registrou a ocorrência. Agora, a Polícia Civil deve intimar os responsáveis para presta esclarecimentos sobre o caso.Leia mais notícias no R7 MGGolpes Uma funcionária ouvida pela Record afirma que os empresários usavam CPF´s de clientes para emitir notas em bancos, recebiam o dinheiro e não pagavam. Com isso, 30 clientes ficaram com o "nome sujo" e começaram a receber notas de protesto dos bancos. Ela afirma que as contas dos empresários foram "limpas" horas antes da falência ser comunicada, provavelmente para evitar o sequestro de bens. — Ela usava nomes e CPFs de clientes que já haviam fechado contrato para emitir novas duplicatas, além do que era correto. Emitia novas duplicadas para antecipar os recebíveis do banco, para fazer capital de giro, e não conseguia pagar esses boletos. São 30 clientes que já estavam sendo protestados indevidamente, acredito que são R$ 500 mil em boletos forjados.