O Tribunal do Juri de Belo Horizonte condenou a 13 anos e 6 meses de prisão o cabo da Polícia Militar acusado de envolvimento na morte de um fisiculturista na boate Hangar 677, no bairro Olhos D'Água, na região oeste de Belo Horizonte, em setembro de 2017. Fabiano Leite poderá recorrer em liberdade.
O cabo, que estaria fazendo um "bico" de segurança na boate no dia do crime foi o quarto condenado no caso. Três seguranças já foram condenados pelo menos em primeira instância pela morte de Allan Guimarães Pontello, então com 25 anos. A reportagem tenta contato com a defesa do réu.
Segundo a denúncia apresentada pelo MPMG, Fabiano estava armado no local da revista e agiu de forma intimidatória para impedir que a vítima fosse socorrida. Laudos apontam que a vítima morreu por espancamento e asfixia.
William da Cruz Leal e Carlos Felipe Soares foram condenados a 15 anos de prisão em 2020. Já Paulo Henrique Pardim de Oliveira foi condenado em novembro do mesmo ano a 11 anos de prisão.
Já o chefe da segurança da boate, Delmir Araújo Dutra, foi absolvido em dezembro do ano passado no julgamento que seria conjunto com o de Leite.
Crime
As investigações do Ministério Público concluíram que a morte de Allan Pontello ocorreu após ação truculenta dos seguranças. Na época, os acusados alegavam, no Boletim de Ocorrência, que teriam flagrado a vítima com drogas no interior da boate e que ele teria caído após tentar fugir pulando as grades da casa noturna.
No entanto, a investigação policial concluiu que os seguranças viram o fisiculturista no banheiro, o acusaram de comercializar drogas no local e o levaram para uma área restrita da boate onde o espancaram até a morte. O laudo de necropsia apontou como causa da morte "asfixia mecânica por constrição extrínseca do pescoço", além de diversas lesões no corpo.