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Serra do Curral: MPF entra com nova ação para suspender licenças de complexo minerário

No documento, órgão alega que autorização foi concedida sem consultar a comunidade quilombola que reside na área 

Minas Gerais|Ana Gomes, Do R7

Mineração na área é questionada por ambientalistas
Mineração na área é questionada por ambientalistas Mineração na área é questionada por ambientalistas

O Ministério Público Federal entrou com uma ação pública em que solicita que a Justiça suspenda as licenças ambientais concedidas à Tamisa, responsável pelo empreendimento minerário na serra do Curral, na região metropolitana de Belo Horizonte.

De acordo com o órgão, as autorizações são inválidas porque foram concedidas sem o parecer da comunidade quilombola Mango Nzungo Kaiangom, residente na área do complexo. Ainda segundo o MPF, a Convenção nº 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e os artigos 215 e 216 da Constituição Federal obrigam à realização da consulta.

Ao instaurar o procedimento, o Governo de Minas Gerais foi confrontado sobre a questão e, através da Semad (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais), confirmou que a comunidade quilombola não tinha sido consultada. Segundo o MPF, a pasta alegou que “o empreendedor teria afirmado ao órgão licenciador que o projeto não causará impacto direto a nenhum território tradicional”.

“A relação histórica, espiritual, da comunidade Manzo Ngunzo Kaiango com a serra do Curral — inclusive com a Mata da Baleia — já foi amplamente documentada e reconhecida pelo Poder Público nos dossiês que embasaram o reconhecimento do quilombo Manzo Ngunzo Kaiango como patrimônio cultural do município e do Estado”, descreve a ação assinada pelo procurador da República Edmundo Antonio Dias, autor do procedimento.

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Sobre a solicitação à Justiça Federal, o MPF informou que a ação deve seguir nessa competência porque o descumprimento é previsto em convenção internacional.

Por meio de nota, o Governo de Minas informou que não comenta ações judiciais e, quando for intimidado, se pronunciará em juízo. A reportagem também entrou em contato com a Tamisa e aguarda retorno.

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Comunidade Manzo

Atualmente, 37 famílias, que somam 182 pessoas, integram a comunidade quilombola Manzo. Ela é reconhecida pela Fundação Cultural Palmares desde 2007 e, em 2017, foi registrada como Patrimônio Cultural Imaterial de Belo Horizonte. Um ano depois, recebeu o mesmo registro no âmbito estadual.

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