O ex-governador de São Paulo, João Doria, pré-candidato à Presidência, aparece com 6% das intenções de voto em levantamento do Ipespe, realizado na primeira semana de abril. Mas o número que anima o núcleo de campanha do tucano diz respeito ao segundo turno das eleições. De acordo com a pesquisa, caso chegasse a essa etapa da disputa, Doria teria “capacidade de quebrar polarização” entre Bolsonaro e Lula.
O tucano aparece tecnicamente empatado com 37% dos votos ante 39% contra Jair Bolsonaro. Já quando o adversário é Lula, Doria cresceu 12 pontos percentuais e chegou a 36% dos votos contra 47% do petista.
Na corrida contra o tempo, a missão de Doria e aliados é provar que sua candidatura é viável como nome preferencial da terceira via. Partidos que abrigam a campanha dos outros postulantes à vaga estabeleceram o dia 18 de maio como data para a definição de uma chapa única dessa corrente. Doria não participou da articulação, que contou com a participação de Eduardo Leite, seu concorrente interno no PSDB.
Neste momento, o ex-governador de São Paulo tenta intensificar seus contatos com a população fora do estado, no esforço para se tornar conhecido. Na Bahia, foi identificado como “o homem da vacina”, numa confirmação de sua marca como o promotor da imunização dos brasileiros, com a disseminação do uso da CoronaVac — a primeira vacina adotada contra a Covid-19.
Apoiadores e formuladores da campanha do ex-governador querem ampliar o conceito e torná-lo conhecido também como promotor do desenvolvimento. O tema do desemprego deve ser abordado pelo pré-candidato nas próximas aparições públicas.
Outro desafio para os publicitários da campanha é atribuir uma “pegada popular” ao tucano. Em Rio das Contas, na Bahia, Doria arriscou com sucesso passos de forró em plena praça pública. De tênis, calça jeans e camiseta, dançou diante da banda da cidade, com Simone Reis. “Excelente dançarina”, registrou, no comentário acompanhando vídeo postado em rede social. “Beijo carinhoso aos meus conterrâneos”, escreveu.