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Navio que colidiu com a ponte Rio-Niterói teve marinheiros resgatados em situação análoga à escravidão

Caso ocorreu em novembro de 2021. Trabalhadores disseram que não tinham carteira assinada nem recebiam férias e 13º 

Rio de Janeiro|Do R7

Navio à deriva na baía de Guanabara bateu contra a ponte Rio-Niterói
Navio à deriva na baía de Guanabara bateu contra a ponte Rio-Niterói Navio à deriva na baía de Guanabara bateu contra a ponte Rio-Niterói

O navio São Luiz, que ficou à deriva na baía de Guanabara e bateu contra a ponte Rio-Niterói, teve marinheiros resgatados em situação análoga à de escravo em 2021.

O caso chegou ao conhecimento do MPT-RJ (Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro) após o recebimento de denúncias sobre trabalhadores em condições degradantes.

Em depoimento, os trabalhadores disseram que não tinham carteira de trabalho assinada nem haviam recebido o 13º salário ou férias. Sem vale-transporte, eles voltavam para casa por conta própria quando desembarcavam.

De acordo com a apuração, os funcionários lavavam as próprias roupas e preparavam suas refeições com alimentos fornecidos pela empresa a cada 15 dias. A água do mar ou da chuva era armazenada para descarga.

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Como o navio não tinha energia elétrica, eles utilizavam velas e baterias de carro e caminhão para a iluminação. Em razão do calor nos camarotes, dormiam de porta aberta.

O MPT-RJ informou ao R7 que a empresa Navegação Mansur S.A., responsável pela embarcação, chegou a firmar um compromisso para o pagamento da rescisão dos trabalhadores e para contratação de novos empregados com a garantia de direitos assegurados.

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No entanto, o órgão não conseguiu localizar a empresa e os funcionários para verificar se o acordo foi cumprido. A última tentativa de notificação para a empresa e os sócios ocorreu em outubro deste ano.

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Também em 2021, a Justiça havia determinado a remoção da embarcação em estágio avançado de deterioração da baía de Guanabara. Na ação movida pela Companhia Docas, já havia a sinalização dos riscos de o navio se soltar e ficar à deriva. A empresa foi julgada à revelia: embora tenha sido intimada, não se manifestou no processo.

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A Marinha investiga as causas do acidente que provocou o fechamento total da ponte Rio-Niterói por três horas. Segundo a concessionária Ecoponte, a colisão não causou danos à estrutura. Apenas o guarda-corpo foi danificado e consertado. 

O R7 não conseguiu localizar a defesa da Navegação Mansur S.A.

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