Após cinco anos solto, Gil Rugai volta à cadeia
Justiça decidiu ontem que ele deve cumprir pena de homicídio em regime fechado
São Paulo|Fernando Mellis, do R7
Condenado a 33 anos e nove meses de prisão pela morte do pai e da madrasta, o publicitário Gil Rugai se entregou à polícia no começo da manhã desta quarta-feira (5). Ontem, o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) manteve a sentença do julgamento, que aconteceu em fevereiro do ano passado, e determinou que o jovem voltasse à cadeia.
O advogado dele, Marcelo Feller, disse que a prisão aconteceu tranquilamente. Os policiais civis foram à casa de Gil Rugai, na zona oeste, logo cedo para cumprir o mandado. Por volta das 8h30, ele chegou ao DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), no centro da capital. O defensor já afirmou que vai recorrer da decisão do TJ-SP.
— É claro que isso [prisão] não é agradável, não é um momento bom. Mas decisão judicial se cumpre e depois se discute. [...] Ele se entregou sem qualquer tentativa de atrasar isso.
O STJ (Supremo Tribuna de Justiça) informou que já recebeu o pedido de habbeas corpus da defesa de Gil Rugai, mas recurso ainda não foi julgado.
Antes de ir para uma penitenciária, Gil Rugai vai passar por exame de corpo de delito. Ainda não está definida para qual unidade prisional ele será encaminhado, mas poderá ser a penitenciária de Tremembé, no interior do Estado, onde ele já esteve há cinco anos.
Veja o momento da chegada de Gil Rugai na DHPP:
Gil Rugai estava solto desde 2009, quando foi beneficiado com um habeas corpus do STF (Supremo Tribunal Federal). Mesmo após ser pela morte do pai e da madrasta, o jovem não voltou à cadeia. Ele sempre negou participação nos assassinatos. A juíza justificou que o recurso no Supremo precisaria ser julgado.
A defesa de Rugai entrou com uma apelação do TJ-SP para tentar anular o júri. Foi nesse recurso que os desembargadores discordaram da juíza e avaliaram que a liminar do STF não impede a prisão.
O jovem foi preso na fase de investigação do caso, em 2004. Dois anos depois, o Supremo determinou que ele fosse solto. Em 2008, o publicitário foi flagrado pela Rede Record em Santa Maria (RS), onde estava morando e pretendia prestar vestibular para medicina. O rapaz havia deixado São Paulo sem informar à Justiça e, por essa razão, o Ministério Público pediu que fosse decretada nova prisão preventiva, o que aconteceu em setembro daquele ano.
Cinco meses depois, um habeas corpus do STJ (Superior Tribunal de Justiça) garantiu a liberdade de Gil Rugai, mas em agosto, o mesmo tribunal o revogou. Foi então que o STF concedeu outra liminar, que mantinha o condenado fora da cadeia até ontem.