Perito criminal é a primeira testemunha a ser ouvida no 2º julgamento do massacre do Carandiru
Conselho de sentença é formado por sete homens; previsão é que júri termine no fim da semana
São Paulo|Thiago de Araújo, do R7
Após intervalo para o almoço, o segundo julgamento do massacre do Carandiru foi reiniciado por volta das 14h10 desta segunda-feira (29), no Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste da capital paulista. O primeiro a ser ouvido é o perito criminal Osvaldo Negrini. Ele é uma das 11 testemunhas arroladas pela acusação.
Pela manhã, o juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo instalou o Conselho de Sentença, formado por sete homens. Os jurados leram partes do processo contra os 26 réus, todos policiais militares, acusados pela morte de 73 detentos no terceiro pavimento (2º andar) da Casa de Detenção, em 2 de outubro de 1992.
Os PMs respondem por homicídio doloso (com intenção de matar) qualificado (motivo torpe, meio cruel, dificultação de defesa e acobertamento de outro crime).
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Inicialmente, 28 policiais se sentariam no banco dos réus neste segundo julgamento - o maior dos quatro que tratam do episódio -, mas um deles (Raimundo Silva Filho) morreu. Já o réu Cirineu Carlos Letang Silva alegou insanidade mental e ainda não será julgado, pois a imputabilidade dele será analisada pelo tribunal.
Dentre os 26 PMs acusados, três não compareceram ao fórum criminal nesta segunda-feira.
Dezessete testemunhas foram convocadas. Além das 11 de acusação, há seis de defesa. Do total, 12 são aguardadas no tribunal, enquanto as outras cinco terão vídeos dos seus depoimentos exibidos no plenário. Entre elas, estão o ex-governador de São Paulo, Luiz Antônio Fleury Filho, e o secretário de Segurança na época do massacre, Pedro Franco de Campos.
Relembre o caso
O massacre do Carandiru começou após uma discussão entre dois presos dar início a uma rebelião no Pavilhão 9. Com a confusão, a Tropa de Choque da Polícia Militar, comandada pelo coronel Ubiratan Guimarães, foi chamada para conter a revolta.
Ao todo, 286 policiais militares entraram no complexo penitenciário do Carandiru para conter a rebelião em 1992, desses 84 foram acusados de homicídio.
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Em abril de 2013, 26 policiais militares foram levados ao banco dos réus pela morte de 15 detentos no segundo pavimento do pavilhão nove no massacre do Carandiru. Após sete dias de julgamento, a maioria foi condenada por homicídio qualificado — com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. Naquela ocasião, seis homens e uma mulher formaram o Conselho de Sentença.
Dos 26 policiais, 23 foram condenados a 156 anos de prisão, inicialmente, em regime fechado. Os réus receberam a pena mínima de 12 anos por cada uma das mortes dos 13 detentos. Os condenados poderão recorrer em liberdade. Outros três PMs foram absolvidos pelo júri, que acatou o pedido feito pela acusação.
Antes deles, Ubiratan Guimarães chegou a ser condenado a 632 anos de prisão, porém, um recurso absolveu o réu e ele não chegou a passar um dia na cadeia. Em setembro de 2006, Guimarães foi encontrado morto com um tiro na barriga em seu apartamento nos Jardins. A ex-namorada dele, a advogada Carla Cepollina, foi a julgamento em novembro do ano passado pelo crime e absolvida.
Dezessete testemunhas foram convocadas. Onze de acusação e seis de defesa Do total, 12 eram aguardadas no tribunal, enquanto as outras cinco teriam vídeos dos seus depoimentos apresentados no plenário. Entre elas, estão o ex-governador de São Paulo Luiz Antônio Fleury Filho e o secretário de Segurança na época do massacre, Pedro Franco de Campos.