A ponte aérea Rio-São Paulo será a primeira do mundo com acesso biométrico do check-in ao embarque. A tecnologia dispensará a apresentação de cartões de embarque e documentos de identificação dos viajantes de voos domésticos que partem de Congonhas, em São Paulo, e do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. A previsão é que o serviço esteja disponível a partir do dia 25 deste mês. De acordo com o Minfra (Ministério da Infraestrutura), o processo de implantação definitiva da tecnologia já está em andamento e acontece gradual e simultaneamente nos dois aeroportos, com previsão de conclusão neste mês. Quando a funcionalidade estiver disponível, os viajantes que estiverem em voos com embarque biométrico e optarem pelo uso da tecnologia só precisarão da imagem de seu rosto para fazer check-in e acessar salas de embarque e aeronaves. “No caso de comissários de bordo e pilotos da aviação regular, a solução inclui o acesso a áreas restritas dos dois terminais aéreos. A iniciativa tem o objetivo de tornar mais eficiente, ágil e seguro o processamento de passageiros e tripulantes, tendo por premissa a segurança no tratamento e a proteção dos dados pessoais dos usuários contra uso indevido ou não autorizado”, explica o Minfra. Cada empresa aérea que opere em um dos dois terminais poderá adotar procedimentos próprios para o cadastramento biométrico e validação do passageiro na base governamental. Para utilizar o sistema neste momento, o usuário precisa apresentar documento biométrico válido (CNH digital ou título de eleitor digital); passagem aérea; e acesso ao canal de cadastramento e validação biométrica da companhia aérea. Por meio do canal, no momento do check-in ou após a sua realização, o passageiro realizará a validação biométrica associada a seu voo. Ele deverá aceitar os termos da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), devendo fazê-lo a cada novo voo. Executada essa ação, de forma digital, e sendo validado o cadastro, o passageiro estará apto a usar o sistema biométrico para o respectivo voo. A biometria facial será usada em duas etapas. Primeiro, no acesso à sala de embarque, onde os totens farão a leitura da face, consultarão a base do governo e verificarão o cadastro do passageiro e a existência do cartão de embarque válido, liberando a entrada. A segunda etapa ocorrerá no portão de embarque, no momento de ingresso na aeronave. Durante a fase de testes, foi possível perceber que, com a biometria, o tempo médio do embarque caiu de 7,5 segundos para 5,4 segundos por passageiro. Isso significa que, com a biometria, será possível processar mais embarques no mesmo tempo do processamento atual, correspondendo a um ganho de 27%. Mas os viajantes poderão optar entre o sistema e os procedimentos tradicionais de check-in e embarque, que continuam disponíveis. “Já testamos em seis mil embarques em sete grandes cidades do país, e isso permite que possamos dar passo em direção a essa tecnologia. Vai trazer mais segurança, confiabilidade, agilidade e eficiência na hora do embarque. Vai ser muito mais simples e prático. A partir do dia 25 todos poderão embarcar de forma facultativa utilizando a biometria na ponte área Rio-São Paulo. A imagem da face dos passageiros ficará guardada pela Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados)”, disse o ministro de Infraestrutura, Marcelo Sampaio. Segundo ele, o sistema está instalado apenas nos aeroportos operados pela Infraero, mas o ministério tem feito um trabalho para incentivar os terminais privatizados a também utilizar o serviço. “Até o fim do ano teremos novos aeroportos entrando nessa tecnologia”, disse.