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Pretos e pardos representam 57% dos mortos por policiais em 2021

Segundo Ouvidoria da Polícia, houve queda de 44% na letalidade policial entre 2019 e 2021, passando de 859 mortes para 480

São Paulo|Do R7

Dados também mostram redução de 44% da letalidade policial
Dados também mostram redução de 44% da letalidade policial Dados também mostram redução de 44% da letalidade policial

Os homens pretos e pardos correspondem a 56,67% das 480 mortes decorrentes de intervenções policiais em São Paulo no ano passado. É o que revela um levantamento da Ouvidoria da Polícia do estado, divulgado na quarta-feira (20).

Os brancos estão envolvidos em 23,54% das mortes. Há ainda 19,79% de casos em que a cor de pele dos atingidos não foi divulgada. Todos as fatalidades em intervenções de policiais militares e civis foram de homens em 2021. 

O relatório da Ouvidoria critica a diferença e cita a proporção de raças no estado de São Paulo de acordo com o último Censo Demográfico, de 2010: 63,9% de brancos, 29,1% pardos e 5,5% pretos. 

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"Mesmo que depois de 11 anos esses dados estejam defasados, a diferença é muito significativa, indicando a persistência do racismo estrutural contra a população negra nas mortes por intervenção policial, que são praticamente o dobro em relação à sua participação no número de habitantes no Estado", diz o documento. 

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Os dados mostram ainda uma queda de 44% na letalidade policial na comparação entre 2019 e 2021, com redução de 379 pessoas mortas. Foram registradas 859 mortes em 2019, caiu para 705 em 2020 e, no ano passado, foram 480 óbitos.

A redução expressiva é considerada por especialistas como um dos maiores trunfos da gestão Doria na segurança pública.

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O discurso de Doria favorável à letalidade policial começou a perder força a partir do massacre na comunidade de Paraisópolis, em 2019, quando nove jovens entre 23 e 14 anos foram pisoteados até a morte em ação da Polícia Militar durante baile funk. O ano seguinte ainda teria o primeiro semestre com mais mortes provocadas por policiais em 25 anos

Em resposta, a gestão trocou o comando da PM, instalou câmeras nos batalhões, retreinou os agentes e instalou comissões junto à sociedade civil para investigar os números de letalidade policial, ações citadas por pesquisadores da área para explicar a queda das estatísticas. 

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Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) ressaltou a diminuição da letalidade policial que o relatório da Ouvidoria revela. "No período analisado (2019-2021), a queda foi de 44,12%, com retrações expressivas em todos os grupos étnicos, faixas etárias e gêneros estudados. Ou seja, independentemente de idade, cor ou orientação sexual, foram 379 vidas preservadas", afirmou a instituição.

A instituição também afirmou que a redução é fruto das políticas implementadas pela pasta, entre elas a Comissão de Monitoramento da Letalidade. "A SSP reforça, ainda, que todos os indicadores são avaliados permanentemente com o objetivo de definir procedimentos e estratégias de ação que correspondam à missão das forças policiais de São Paulo de combater o crime, preservar vidas e garantir a segurança de todas as pessoas no Estado." 

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