O primeiro trem da linha 15-Prata recebeu os seus primeiros passageiros na manhã desta sexta-feira (10). Imprensa e autoridades percorreram um pequeno trecho entre a estação Oratório e o pátio de manobras e manutenção, ambos na zona leste de São Paulo. A inauguração da linha, inicialmente em caráter não comercial, está prevista para o fim de março deste ano.
Em razão de um compromisso no Palácio dos Bandeirantes, o governador Geraldo Alckmin não pôde comparecer ao evento. Representando o governo estadual, o secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, minimizou o atraso de dois meses (a promessa inicial de inauguração da linha era janeiro deste ano) e garantiu que a população terá acesso ao monotrilho entre o fim de maio e junho, após um período de 30 a 60 dias de testes.
— A linha vai ser entregue em março, está confirmada a data, no final de março. Teremos quatro trens operando. O segundo trem já está lá no pátio, o terceiro trem chega no final de janeiro e o quarto no final de fevereiro. Cada trem desses que chegam passa por uma bateria de testes. Esse trem aqui já está finalizando os testes e já estamos iniciando com o segundo trem. Serão 58 trens no total.
Governo apresenta monotrilho da linha 15-Prata do Metrô
Trem do monotrilho fica danificado durante teste
O percurso percorrido, do qual a reportagem do R7 participou, foi curto e limitado a uma velocidade média de 20 km/h, por orientações de ordem técnica e de segurança no atual estágio da obra. Quando estiver funcionando plenamente, o monotrilho deverá ter velocidade média de 60 km/h, com máxima de 80 km/h, segundo informou Fernandes.
A linha 15-Prata é o primeiro monotrilho do País e vai atender a 48 mil passageiros por hora em cada sentido. O primeiro trecho a ser entregue, de 2,9 km, irá da estação Oratório à estação Vila Prudente do metrô. Quando concluída, a linha terá 26,6 km e 18 estações, ligando o Ipiranga – com conexão com a CPTM – até Cidade Tiradentes. O investimento total é de R$ 6,4 bilhões. O secretário de Transportes Metropolitanos também falou sobre o cronograma da obra.
— Nosso compromisso, até o final de 2014, é entregar agora Vila Prudente, Oratório, estamos na briga para entregar (as estações) Camilo Haddad e Jardim Planalto, às margens ali de Sapopemba já. Em 2015, nós nos comprometemos já, junto com a prefeitura, de levar a linha até a (avenida) Jacu Pêssego. Então nós temos dez estações garantidas até 2015. Em 2016, é chegar em Cidade Tiradentes e o Ipiranga.
Trepidação e desafios
Questionado pela imprensa sobre as primeiras impressões do monotrilho, Jurandir Fernandes explicou que a sensação de trepidação, sentida durante o curto percurso no veículo sobre pneus, não é anormal e se deve à velocidade baixa sob a qual o teste foi conduzido e o percurso entre Oratório e o pátio da linha 15, que foge à regra de todo o trajeto comercial.
— Essa trepidação um pouco maior ou um pouco menor, primeiro que pegamos um trecho totalmente não comercial. Aliás, eu estava conversando com um técnico, aquela curva que nós fizemos é de raio de 53º, e o máximo que ele (monotrilho) admite é de 46º, menor um pouco que aquela. Então isso não é o uso normal. Em via de regra, em situação normal de 60 km/h, que é a velocidade normal dele, esse trepidar fica atenuado.
Leia mais notícias sobre São Paulo
O secretário adiantou também que o valor da tarifa será o mesmo de todo o transporte público da capital paulista – R$ 3 – e que os intervalos entre os trens, a princípio, serão de 90 segundos.
— O equipamento permite 75 segundos. Não vai ser necessário operarmos, por enquanto até atingirmos os 500 mil passageiros, um intervalo de 90 segundos. A ideia é operar 90 segundos, você tem a margem de 75. O que é 90 segundos? São 40 partidas por hora. Com esse valor, nós temos 40 mil passageiros/hora, e a situação crítica envolve 38 mil passageiros/hora. Então, com 90 segundos, nós cobrimos a sessão crítica, a mais carregada, até 2025.
Outro desafio importante, na visão de Fernandes, diz respeito à temperatura, questão para qual o monotrilho existente na cidade de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, serve de parâmetro para o governo paulista. Contudo, o secretário se mostrou tranquilo acerca do projeto que está sendo desenvolvido em São Paulo. O tamanho total do monotrilho da linha 15 também não representa uma preocupação.
— A experiência não se dá por conta da distância, seja ela maior ou menor. Quando o trajeto é curto, com frequência grande, o número de quilometragem é praticamente o mesmo. O que vale é quantos quilômetros ele faz por dia e por mês. Os parâmetros serão muito parecidos. Nós vamos funcionar com a mesma velocidade comercial internacional, com a mesma velocidade comercial e com o mesmo número de horas. Praticamente é uma quilometragem internacional.
Receba por torpedo as notícias do R7 que mais te interessam. Clique aqui e saiba como