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Crianças que cochilam muito têm vocabulário menor, revela estudo

O sono é justamente uma forma natural de elas consolidarem o aprendizado, enquanto outras não precisam dormir tanto

Saúde|Do R7

Estudo traz orientações a pais e cuidadores de crianças
Estudo traz orientações a pais e cuidadores de crianças

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, revelou uma interessante relação entre as sonecas de bebês e crianças pequenas e o desenvolvimento do vocabulário e das habilidades cognitivas deles.

Segundo a pesquisa, publicada nesta sexta-feira (28) no periódico científico JCPP Advances, crianças que tiram muitas sonecas têm vocabulário menor e habilidades cognitivas menos desenvolvidas.

O trabalho, realizado com 463 bebês e crianças entre 8 meses e 3 anos durante o período de lockdown, em 2020, pode trazer importantes reflexões para os pais e cuidadores.

De acordo com a líder da pesquisa, Teodora Gliga, o estudo revelou que a soneca funciona como uma espécie de compensação para crianças com menos vocabulário e habilidades cognitivas, já que o sono é o momento em que consolidam o aprendizado.


"A frequência com que uma criança cochila reflete sua necessidade cognitiva individual. Alguns são mais eficientes na consolidação de informações durante o sono, por isso cochilam com menos frequência. Crianças com vocabulário menor ou uma pontuação mais baixa em uma medida de função executiva cochilam com mais frequência", explicou. 

O estudo ainda identificou diferenças na estrutura do sono diurno das crianças. Bebês com sonecas mais frequentes, porém mais curtas do que o esperado para sua faixa etária, também apresentaram menor vocabulário e pior função cognitiva.


Além disso, a relação negativa entre a frequência das sonecas e o vocabulário foi ainda mais acentuada em crianças mais perto dos 3 anos de idade. 

Importância de respeitar as necessidades individuais

Os resultados da pesquisa mostram que é fundamental respeitar as necessidades individuais de sono das crianças. Reduzir as sonecas de crianças que precisam delas não vai melhorar-lhes o desenvolvimento cerebral, de acordo com Teodora.


"Crianças pequenas cochilam naturalmente pelo tempo que precisam e devem ter permissão para fazer exatamente isso", salientou.

O estudo também observou que o contexto da pandemia teve influência nos padrões de sono das crianças. Com as creches fechadas, os pesquisadores puderam estudar as necessidades intrínsecas de sono das crianças sem as perturbações causadas por atividades diárias fora de casa.

Além disso, foi notado que pais de origem socioeconômica mais baixa relataram uma piora no sono de seus filhos durante esse período.

Com base nos resultados, os pesquisadores sugerem que os cuidadores devem estar atentos às necessidades individuais de sono das crianças.

Cada criança é única e pode ter ritmos de sono diferentes. A idade mental deve ser levada em consideração, em vez da idade cronológica, para determinar as necessidades de sono da criança. Assim, é possível fornecer um melhor suporte ao desenvolvimento mental delas.

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