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São Paulo registra em três meses mesmo número de casos de H1N1 de 2015 inteiro

Número de casos da gripe que causa vômitos e diarreia aumentou em consultórios e hospitais

Saúde|Marcella Franco, do R7

Sintomas incluem coriza, febre, dor de garganta e indisposição
Sintomas incluem coriza, febre, dor de garganta e indisposição

Antes registrada com maior frequência em períodos de outono e inverno, a influenza A, causada pelo vírus H1N1, agora tem sido vista em consultórios e atendimentos de emergência também no verão em São Paulo. De acordo com a Secretaria de Saúde do município, ao longo de todo o ano de 2015 foram confirmados 12 casos da doença, enquanto que, de janeiro de 2016 até o último dia 1º de março, outros 12 casos já tinham sido notificados.

Em comparação entre os primeiros trimestres de 2015 e 2016, os casos da doença passaram de zero para 12.

Os sintomas são muito parecidos com os de uma gripe comum: tosse, coriza, febre, dor de garganta, dores no corpo, cansaço e falta de apetite. No entanto, o H1N1, ao contrário dos outros tipos de influenza, também causa com maior frequência vômitos e diarreia.

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O infectologista Marco Aurélio Sáfadi confirma o aumento na incidência do vírus na capital paulista.

— Temos de fato visto mais casos nos consultórios nas últimas semanas. No entanto, não é motivo de pavor. Ele tem uma particularidade, que é a de causar complicações respiratórias e mais alto índice de internações em adultos jovens do que a gripe comum causa. É um vírus que está circulando já há cinco anos, mas que não é tão agressivo quanto supúnhamos ser.


O jornalista Moacyr Vieira Martins, de 42 anos, faz parte de uma família em que seis pessoas contraíram o vírus, incluindo um bebê de poucos meses que, depois de ter nascido prematuro e recebido alta em dezembro de 2015, recentemente voltou a ser internado para tratar da infecção pelo H1N1.

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Martins conta que, depois de dois dias com nariz entupido e dor de garganta, ele acreditava se tratar de uma “gripe normal”, mas foi quando os sintomas começaram a piorar: indisposição generalizada, febre alta, vias inflamadas, vômito e diarreia. No pronto-socorro, foi diagnosticado com virose, mas, após insistir, conseguiu que fossem realizados exames para dengue, zika e H1N1.

— Ainda fui trabalhar no terceiro dia, me sentindo mal e sem saber que eu podia passar para todo mundo. Fiz reunião, encontrei bastante gente naquele dia. Até agora, só uma pessoa pegou de mim, que eu saiba.

Além do jornalista e seu sobrinho, outra sobrinha, sua irmã e seu cunhado também contraíram o vírus, além de sua mulher, que apresentou uma forma mais branda dos sintomas.

— Só meu filho de quatro anos não pegou, e não sabemos como. Ele está com a gente o tempo todo, não tem muito como evitar. Como precaução, estou dormindo no quarto dele, e ele está dormindo com a minha esposa. Outras recomendações dos médicos foram lavar sempre as mãos, jogar lenços de papel direto no lixo, evitar contato com outras pessoas e não compartilhar talheres, copos e objetos íntimos.

Além destas orientações, a Secretaria de Saúde de São Paulo também sugere que os pacientes cubram a boca e o nariz ao tossir ou espirrar e manter os ambientes arejados para colaborar na prevenção da gripe.

O H1N1 se dá através das secreções das vias respiratórias da pessoa contaminada, e de forma indireta por meio das mãos, que podem levar o agente infeccioso direto à boca, olhos e nariz após o contato com superfícies recém-contaminadas por secreções respiratórias.

Este ano, a campanha de vacinação contra a influenza será realizada de 30 de abril a 20 de maio, em todas as unidades de saúde.

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