O Ministério da Saúde divulgou no domingo (21) que aguarda entre segunda (22) e sexta-feira (26) orientação do Palácio do Planalto sobre "como proceder para solucionar impasses nas negociações iniciadas em abril de 2020" para compra das vacinas da Pfizer e da Janssen contra a covid-19. As negociações estão "emperradas por falta de flexibilidade das empresas", de acordo com a pasta. "Queremos salvar vidas e comprar todas as vacinas comprovadamente efetivas contra o coronavírus aprovadas pela Anvisa. Desde abril de 2020, começamos a conversar com a Janssen e um mês depois com a Pfizer, mas as duas empresas fazem exigências que prejudicam interesses do Brasil e cederam pouquíssimo nisso, ao contrário de outros fornecedores”, afirmou Elcio Franco, secretário-executivo do ministério, por meio de nota. “Quarta passada (17/2), diante dessas dificuldades e da Janssen e Pfizer não terem nos permitido avançar na compra das vacinas, remetemos um ofício à Casa Civil, que certamente buscará orientação junto a outros órgãos federativos e nos ajudará a encontrar soluções que extrapolam os limites legais do Ministério da Saúde”, acrescentou. A pasta informou que o documento encaminhado à Casa Civil monstram que as relações comerciais se encontram "sem avanço, em virtude das limitações jurídicas vislumbradas para a contratação em conformidade com a legislação brasileira". Os contratos estão sob análise da consultoria Jjídica do Ministério da Saúde. De acordo com Franco, os dois laboratórios pedem garantias de pagamento e se resguardam de eventuais efeitos graves que as vacinas possam causar, exigências que não foram feitas por outros fabricantes. “Queremos proteger todos os brasileiros contra a covid-19 o mais rápido possível. Por isso esperamos pacientemente dias e dias pelas propostas da Janssen e da Pfizer, que imaginávamos, nos remeteriam ofertas em condições plausíveis, o que não aconteceu”, afirmou. O contrato da Janssen chegou ao Ministério da Saúde na sexta-feira (12) e o da Pfizer, três dias depois. O ministério informou que se reuniu com representantes das duas farmacêuticas na quinta-feira (18) e afirmou que as propostas de venda chegaram com "relativa demora" e que ainda impossibilitam "prosseguir com as negociações", que já se estendem há nove meses, mas que a pasta continua interessada na compra, com o objetivo de ter o máximo de vacinas aprovadas pela Anvisa e disponíveis no país.