O tratamento para infertilidade pode aumentar as chances de uma criança concebida por estes meios sofrer com asma e alergias, segundo um estudo realizado pelo Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano Eunice Kennedy Shriver e do Instituto Nacional de Ciências da Saúde Ambiental, dos Estados Unidos. Os pesquisadores acompanharam 5.034 mães e 6.171 crianças nascidas entre 2008 e 2010, sendo que deste total, 2.056 foram acompanhadas até a segunda infância. A pesquisa se estendeu até 2019 e foi publicada recentemente no periódico científico Human Reproduction. Das mulheres envolvidas no estudo, 42% realizaram algum tratamento de infertilidade, como fertilização in vitro, medicamentos que estimulam a ovulação ou um procedimento no qual o esperma é inserido no útero. As outras 58% engravidaram naturalmente. Após o nascimento das crianças, as mães responderam questionários na infância precoce, quando os filhos tinham até 3 anos, e posteriormente, quando estavam com idades entre 7 e 9 anos. Os resultados do estudo vieram da análise dos relatos maternos. Os pesquisadores observaram que as crianças concebidas por meio de tratamentos para infertilidades apresentaram sibilos persistentes aos 3 anos de idade, um dos sintomas indicativos para asma. Além disso, quando completaram mais de 7 anos, essas crianças apresentaram 30% mais chances de ter asma, 77% mais chances de ter eczema e 45% para receber prescrição de algum medicamento para alergia. “Embora pesquisas futuras sejam necessárias para esclarecer os mecanismos envolvidos, nossos achados sustentam [que tratamentos para infertilidade] influenciam o desenvolvimento de asma e condições atópicas na prole desde tenra idade”, diz a publicação.