Obama quer unir setor público e privado para combater cibercriminosos; ativistas temem espionagem
Iniciativa ocorreu após invasão da Sony Pictures e da conta do Comando Central do país
Tecnologia e Ciência|Do R7
No rastro da invasão do USCENTCOM (Comando Central dos Estados Unidos) e do roubo de dados massivo da Sony Pictures, o presidente Barack Obama anunciou nessa segunda-feira (12), em uma reunião no Centro Nacional de Cibersegurança e Integração Nacional (National Cybersecurity and Communications Integration Center), o reforço das leis de cibersegurança do país.
— O ataque contra a Sony e contra a conta do Twitter por jihadistas demonstou a necessidade de reforçarmos a cibersegurança do nosso país —, afirmou o presidente americano em meio a uma teleconferência sobre o assunto.
Obama também fez um apelo ao Congresso do país — atualmente de maioria do Partido Republicano — para que os políticos cheguem a um acordo sobre o assunto o mais rápido possível. A ideia da Casa Branca é reforçar o fluxo de dados entre agências do governo e o setor privado, ao mesmo tempo em que garante a proteção para empresas que colaborarem com o novo sistema.
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— Nem o governo e nem o setor privado podem defender o país sozinhos. Essa vai ter que ser uma missão compartilhada — afirmou o presidente Obama. — Queremos que os cibercriminosos sintam toda a força da Justiça americana.
O governo também busca aumentar as penas para crimes cibernéticos, como pirataria e roubo de informações financeiras. Obama articula há três anos com o Congresso uma lei de segurança digital americana, e aproveitou a reunião para listar argumentos para a aprovação da lei e pedir aos parlamentares presentes para financiar o Departamento de Segurança Interna sem demora e aprovar legislação para combater ameaças à cibersegurança.
Grupos ativistas já demonstraram descontentamento com a nova lei, que ainda não teve nenhum detalhe específico divulgado. Vários deles temam que ela se torne uma versão oficial do CISPA, um projeto de lei de 2012 que uniria setores corporativos para combater a pirataria através do compartilhamento de dados de usuários e diminuição da privacidade online. Os temores se temem às recentes revelações sobre o alcance da espionagem americana em relação aos cidadãos comuns.