Avião com 43 pessoas fez pouso "sem combustível" no Amazonas
Um dos motores chegou a parar durante o voo. CENIPA está investigando o caso, que foi classificado como incidente grave por falta de combustível
Brasil|Márcio Neves, do R7
Uma avião da MAP Linhas Aéreas que transportava 39 pessoas e quatro tripulantes fez um pouso no aeroporto de Itaituba, no Pará, há cerca de 50 km do Parque Nacional da Amazônia, com seus motores paralisados por falta de combustível no último dia 16 de setembro. O caso foi classificado pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) como um incidente grave ocasionado por falta de combustível.
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A aeronave, um ATR-72 de prefixo PR-MPY, com capacidade para 68 passageiros fazia o voo PAM-5913 entre a cidade paraense e Manaus, capital do Amazonas, um percurso de 480 km e pouco mais de uma hora de voo.
O avião decolou perto das 15h da cidade do Pará e ao se aproximar para pouso em Manaus, o aeroporto da capital amazonense foi fechado para priorizar uma emergência de outra aeronave.
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Com isso, os pilotos precisaram usar um aeroporto alternativo que, devido à distância, era o mesmo aeroporto de onde partiram. Um procedimento muito comum na aviação quando não é possível o pouso no aeroporto previsto.
Segundo dados do Cenipa, durante o procedimento de retorno, o avião teve uma falha no motor esquerdo, que chegou a parar de funcionar. O problema não impossibilita a aeronave, que tem dois motores, de continuar o voo.
Os pilotos prosseguiram normalmente e ao pousar a aeronave no aeroporto de Itaituba, instantes após tocar o solo, o motor direito também parou de funcionar.
Dados preliminares teriam apontado que a falha nos motores foi a falta de combustível. Agora os técnicos do Cenipa tentam verificar se, após o pouso, ainda havia algum combustível nos tanques da aeronave, ou se ocorreu uma pane, por algum problema técnico, que impediu que o combustível chegasse até os motores.
Segundo as regras vigentes da aviação comercial, os aviões no país precisam ser abastecidos, antes da decolagem, para voar até o destino programado, ter uma reserva para um aeroporto alternativo e um extra para voar por mais 45 minutos.
O R7 procurou a MAP Linhas Aéreas, que afirmou por meio de sua assessoria de imprensa que "as investigações do Cenipa ainda estão em andamento e que acompanha todos os procedimentos" e que a empresa "ressalta ainda que opera dentro dos padrões de segurança estabelecidos pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), cumprindo todas as normas operacionais exigidas".
A reportagem também pediu mais informações sobre a ocorrência ao Cenipa, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem. Entretanto, o caso segue em investigação pelo órgão e sua conclusão, que ainda não tem previsão para ser finalizada, não tem caráter punitivo, e serve apenas para fins de prevenção de que situações semelhantes possam ser evitadas.