Câmera Record vence Prêmio MPT de Jornalismo com duas reportagens
As Casas da Escravidão e Rota da Castanha, Exploração Sem Limites ganharam
Brasil|Do R7
Duas reportagens do Câmera Record, da RecordTV, foram vencedoras em três categorias diferentes no Prêmio MPT de Jornalismo 2017. A premiação ocorreu na sede do MPT (Ministério Público do Trabalho), em Brasília, na noite da última quinta-feira (17).
O programa As Casas da Escravidão foi eleito o melhor trabalho em Telejornalismo nas categorias Sudeste e Nacional. Já o programa Rota da Castanha, Exploração Sem Limites ganhou na categoria Melhor Imagem na categoria Sudeste.
O cinegrafista Leopoldo Moraes recebeu o reconhecimento do prêmio de Melhor Imagem, na categoria Sudeste, com Rota da Castanha, Exploração Sem Limites.
Ao todo, estavam inscritas mais de 400 reportagens sobre o tema "direito trabalhista" — 34 delas foram premiadas.
Casas da Escravidão
O programa As Casas da Escravidão foi produzido durante três meses pelos jornalistas Ana Haertel, Daniel Motta, Romeu Piccoli e Marcelo Magalhães. O grupo investigou o trabalho escravo na cidade de São Paulo, em uma das apurações mais complexas já realizadas até então sobre o tema na cidade mais rica do País.
O time conseguiu flagrar 22 confecções clandestinas. Em uma dessas oficinas, o repórter Daniel Motta conseguiu uma vaga de emprego, disfarçado de imigrante nordestino recém-chegado à capital paulista.
O produtor foi contratado sem carteira assinada e teve que trabalhar 14 horas por dia, com a promessa de receber no final do mês um salário de cerca de R$ 400.
— Às 6h da manhã eu tinha que acordar. Ganhei um café e um pão amanhecido, duro, para começar o trabalho.
A edição do programa foi feito por Marcelo Magalhães, Caio Laronga e Lucas Mioni. A finalização coube a Natália Fiorentino.
Rota da Castanha, Exploração Sem Limites
O repórter cinematográfico Leopoldo Moraes ganhou o prêmio de Melhor Imagem no programa Rota da Castanha, Exploração Sem Limites. O tema do programa foram as condições desumanas de trabalho na quebra da castanha no agreste brasileiro.
O grupo de repórteres e produtores conseguiram mostrar como ocorre a exploração de várias gerações na produção de castanha — um trabalho pesado e feito sem equipamentos de segurança, o que compromete severamente a saúde dessas pessoas.
O programa conseguiu mostrar como o trabalho degradante é capaz de machucar as mãos dos trabalhadores, a ponto de destruir as digitais — quem é submetido ao serviço não consegue sequer tirar o RG (carteira de identidade).
A reportagem foi produzida pelo time Renê Batista, Daniel Motta, Ana Haertel e Fabiana Lopes.
O programa Câmera Record é produzido pelo Núcleo de Reportagens Especiais da Record TV, dirigido pelo chefe de redação Rafael Gomide. Pablo Toledo é editor-chefe e Gustavo Costa editor executivo.