Defesa anuncia troca dos chefes do Exército, Aeronáutica e Marinha
Decisão é uma resposta à saída repentina de Fernando Azevedo da chefia do ministério depois de Bolsonaro demiti-lo na segunda-feira
Brasil|Do R7
Os comandantes do Exército, Edson Leal Pujol, da Marinha, Ilques Barbosa Júnior, e da Aeronáutica, Antônio Carlos Moretti Bermudez, serão substituídos dos cargos, anunciou o Ministério da Defesa, em nota oficial, nesta terça-feira (30).
A decisão de substituir a cúpula das Forças Armadas é uma resposta à saída repentina de Fernando Azevedo da chefia do Ministério da Defesa, após Jair Bolsonaro demiti-lo ontem.
A decisão foi comunicada em reunião realizada nesta terça-feira (30), com presença do ministro da Defesa nomeado, Braga Netto, do ex-ministro Fernando Azevedo e dos comandantes das Forças.
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Azevedo funcionava como anteparo aos movimentos de Bolsonaro de exigir o alinhamento incondicional das Forças Armadas às suas posições políticas. "A politização das Forças Armadas não será aceita", afirmou um ex-ministro civil da pasta à colunista do R7 Christina Lemos, após diálogo com fontes militares.
Segundo oficial da Marinha ligado à cúpula da Defesa ouvido nesta manhã, o ambiente no ministério não é de crise, mas há insatisfação com a forma como Fernando Azevedo foi substituído no posto, na tarde de segunda-feira (29), pelo presidente Jair Bolsonaro.
“Vamos deixar a política para os políticos”, diz o oficial. “Não haverá politização das Forças Armadas”, repetem desde a tarde desta segunda-feira fontes da área militar.
“As Forças Armadas seguirão seu papel constitucional e, neste momento, nossa missão é ajudar a salvar vidas”, completa a fonte da Marinha, em uma referência às ações das três forças no combate à pandemia do coronavírus.
Apesar de a nota não deixar claro se houve uma renúncia conjunta ou se a decisão partiu do Palácio do Planalto, desde ontem fontes militares indicavam que os três colocariam os cargos à disposição em solidariedade à saída de Azevedo da Defesa.
Fontes do R7 indicavam que era dada como certa apenas a saída do general Pujol. A mudança seria um desejo do presidente Jair Bolsonaro, mas encontrou resistência por parte do então ministro Azevedo, que sempre rechaçou a ideia.