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É fora de propósito comparar violência nas escolas brasileiras com os massacres nos EUA 

Os americanos estão implantando detectores de metais para revista de alunos e treinam crianças sobre como agir em caso de atentados

Brasil|Marco Antonio Araujo, do R7

A professora Elizabeth Tenreiro, morta em ataque de aluno em escola na zona oeste de SP
A professora Elizabeth Tenreiro, morta em ataque de aluno em escola na zona oeste de SP A professora Elizabeth Tenreiro, morta em ataque de aluno em escola na zona oeste de SP

A morte da professora Elizabeth Tenreiro causa profunda comoção, assim como os ataques sofridos por outras docentes e alunos da Escola Estadual Thomasia Montoro, na Vila Sônia (SP). A violência com que o adolescente de 13 anos agiu gera espanto e revolta, mas traz consigo um fantasma que nos ronda, o de o Brasil estar replicando o cotidiano de atentados envolvendo estudantes nos EUA.

A comparação pode parecer justificável, pois realmente precisamos ficar atentos e cobrar ações de toda a sociedade brasileira. O alerta está colocado. Mas felizmente ainda estamos longe do pesadelo americano.

Tanto que, por triste acaso, nesta mesma segunda-feira (27), outra tragédia envolvendo morte de estudantes veio se somar aos números aterrorizantes do país detentor da maior economia do mundo: três crianças mortas e vários feridos durante tiroteio em uma escola particular em Nashville, no estado do Tennessee.

O que acontece naquele país rico e desenvolvido é assustador. No ano letivo de 2022, o número de incidentes com armas de fogo em escolas atingiu o recorde de 193 episódios, contra os já expressivos 62 do ano anterior. É praticamente uma epidemia de massacres que se propaga há décadas.

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Por lá, as autoridades já estão implantando detectores de metais para revista dos alunos, portas reforçadas e até mesmo treinamento (para crianças a partir de seis anos) sobre como agir em caso de atentados. Nada parece conter a psicopatia que aflige aquela nação.

No Brasil o caso mais grave e com alguma similaridade ocorreu na cidade de Suzano (SP), em 2019, quando dois atiradores invadiram a escola Raul Brasil, de ensino médio, deixando 11 feridos e dez mortos (incluídos os assassinos). Relatório apresentado em dezembro ao novo governo indica que, em nosso país, 35 professores e estudantes tinham sido mortos em ataques. Isso, desde o início dos anos 2000. Não dá para comparar.

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Que o Brasil seja um país violento, não se discute. Que muitas crianças morram a todo momento de “bala perdida” em confrontos entre bandidos e agentes de segurança, também já faz parte da nossa realidade mais sombria.

Temos, sim, com o que nos preocupar, e muito, inclusive com a segurança de pequenos e jovens estudantes. Mas é preciso muita serenidade, inteligência e prontidão para lidar com esse tema. Entrar em pânico e forjar falsas comparações não nos ajudará em nada.

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